segunda-feira, 24 de maio de 2010

O OLHO E O CEREBRO.

UBC – UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS


O OLHO E O CÉREBRO
biofilosofia da percepção visual

ALICE ZARAMELLA RGM 199400
CLAYTON LUIZ PEREIRA RODRIGUES RGM 199573
DANIELA CORREA DA SILVA RGM 194939
DENISE PINTO TAVARES RGM 200634
ELIANE HITOMI YAMASHITA RGM 195376
GIL ROMEU C. T. FARIA RGM 195899
JAQUELINE DA SILVA MACHADO RGM 199906
LEANDRO NAVES RGM 191605
LUCINEA COELHO DE ALBUQUERQUE RGM 196932
MARA RAYANE ALVES DE SOUSA RGM 191603
MARIA TEREZINHA BAFFI PENTAGNA RGM 192845
MARISA SUMIE KURITA RGM 197271
MIRIAM MARTIN TAVARES RGM 197430
RODRIGO MITANI RGM 198191


Projeto Especial de Graduação do curso de graduação de Tecnologia em Óptica e Optometria para conclusão da disciplina de Neurovisão.


AGRADECIMENTO

Agradecemos a colaboração de todos os integrantes deste grupo de pesquisa e, em especial ao nosso professor e coordenador do curso de Optometria da Universidade Braz Cubas, Leandro Rhein, que nos deu a oportunidade de ampliar o nosso campo de conhecimento profissional, despertando-nos a aprofundar neste mundo mágico e fantástico que é a união perfeita entre o olho e o cérebro.

METODOLOGIA


Revisão bibliográfica baseada na análise crítica da obra “O olho e o cérebro: biofilosofia da percepção visual”, do autor Philippe Meyer.

SUMÁRIO


INTRODUÇÃO 6
1 CÉREBRO E MATÉRIA 7
1.1. O PENSAMENTO E A MEMÓRIA HOJE 7
1.2. MATÉRIA E MEMÓRIA 9
1.3. A PALAVRA CEREBRAL 10
2 DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL 12
3 FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO DAS CORES 17
3.1. AS CORES ESQUECIDAS 18
3.2. CORES INÉDITAS 18
3.3. A COR E A ALMA 19
4 VISÃO CONSCIENTE E INCONSCIENTE 21
4.1. O PONTO CEGO 21
4.2. A VISÃO CEGA 21
4.3. UMA VISÃO PENSANTE 21
4.4. QUALIA 22
5 FENOTIPIA DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL 23
5.1. BASES CIENTIFICAS DA DIVERSIDADE CEREBRAL 23
6 DAS COISAS E DA CIÊNCIA 25
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 27
ANEXOS 28




INTRODUÇÃO

Os mecanismos da visão são fontes de estudos, tanto de neurobiólogos como de psicólogos e filósofos,.De um lado os cientistas descobrem as especificidades dos neurônios visuais, e do outro lado, os pensadores que duvidam da capacidade do ser humano em perceber um mundo em si.
A filosofia que se baseia nas ciências da vida, a biofilosofia, procura situar o homem no mundo através do conhecimento dos mecanismos que sustentam a vida.
A biologia e a filosofia são duas fadas que velaram sobre o nascimento da psicologia, escreveu o neurofisiologista Marc Jeannerod ( 1996, p.9).
A psicologia apoiou-se no conhecimento físico-químico da matéria cerebral e no mundo das idéias. Tornou-se também uma “psicofísica”, elaborando a física das sensações e a biologia das aptidões, observando as respostas dos estímulos externos.
O funcionamento do cérebro gera o debate filosófico, pois é o objeto de estudo da neurociência, que provoca interrogações, emoções e fascinação.
Para se conhecer o homem é necessária uma integração dos progressos neurológicos e, a filosofia não pode existir se não passar por esta etapa.
A organização cerebral é complexa e variável de tal modo que o conhecimento concreto do “real” parece s ser inatingível.
A definição de normas e padrões é contrária às interpretações individuais que aumentam cada vez mais com o desvendar do cérebro.
As cores são uma realidade objetiva, mas acabam se desviando para outra cor através da percepção de cada um. O cérebro humano impõe uma marca própria à realidade e como esta é muito complexa, há dois sentidos para a percepção, uma que traz consigo e outra intrínseca.
O tema desta discussão são os mecanismos da visão e o resultado de estudos sobre o pensamento, a memória e a linguagem para ressaltar a materialidade do funcionamento do cérebro.


1 Cérebro e Matéria

Hoje podemos afirmar que a matéria cerebral é responsável pelo conjunto das atividades cerebrais, incluindo a nobres funções, a consciência, o pensamento, a emoção e a percepção.
O funcionamento perfeito do cérebro só pode acontecer se sua estrutura estiver intacta, quer se trate de intenção, de dedução, de sonho, de memória ou de prazer. Não existe pensamento fora do cérebro.
A materialidade cerebral é certa, a materialidade de hoje talvez não seja a de amanhã. A anatomia estudou durante muito tempo investigando o cérebro. Franz-Joseph Gall, afirmou que a superfície do cérebro é uma manta dobrada continua, onde fibras nervosas se desenvolvem e se articulam entre si, perdendo assim seu aspecto intestinal. Porém, existem zonas de topografia fixa e reconhecível. Cada uma com sua atividade mental precisa, lugares onde acontecem os instintos, sentimentos, vontades, talentos e também as forças morais e intelectuais.
A anatomia é necessária, mas quando tratamos do cérebro se torna insuficiente.

1.1. O pensamento e a memória hoje
O cérebro humano é constituído de dezena de bilhões de neurônios, funciona com modificações materiais perceptíveis. A comunicação entre um neurônio e outro é garantida por substancias químicas, quantificáveis nas terminações nervosas. Uma iluminação intensa no olho ativa o cérebro visual occipital, por exemplo. Essas localizações cerebrais devem ser compreendidas como regiões do córtex que tem uma capacidade funcional particular. Para que ocorra a percepção é necessária à integração de uma sensação, essa percepção é promovida por neurônios associativos. Uma atividade psicossensoriomotora é representada por uma zona funcional especializada ou fortemente orientada seguindo cada localização cortical. O cérebro é um órgão único, sabendo-se que cada atividade especializada esta ligada ao conjunto de atividades cerebrais. A audição de musica pelos lobos temporais, causando uma ativação neuronal associativa, encarrega-se de afetos multiformes e pessoais, com o cérebro visual occipital não funciona diferente. O pensamento, por exemplo, é um processo dinâmico e estruturado da mente humana, pode surgir de percepções sensoriais ou sensitivas, de lembranças, de afetos, de sensações, de lembranças, de conceitos ou de deduções anteriores. Pode também surgir do nada, ou melhor, dizendo do inconsciente. O pensamento estimula o lado esquerdo do cérebro na pessoa destra e induz a linguagem, sabendo-se que existe o pensamento sem linguagem. Alguns exames nos fazem acreditar na materialidade do pensamento e da memória. Quando uma pessoa decora uma lista, por exemplo, ao lê-la varias vezes a atividade cerebral vai se extinguindo. Mas assim que lhe é dada outra lista a área frontal do córtex e a área de Wernicke (responsável pela linguagem) se ativam na face lateral, e da mesma forma o córtex singular na face mediana.
Jean Pierre afirma que o inicio da atividade de áreas múltiplas em interações recíprocas permite o mesmo tempo a analise e a síntese e garante a totalidade do percepto. De acordo François Lhermitte todos os neurônios se ligam em vastos conjuntos, e cada rede é portadora de um sem-numero de configurações que por seu lado, possuem provavelmente uma especificidade psicofisiologica. Neurocirurgiões diagnosticaram que a estimulação elétrica do lobo temporal faz ressurgir uma experiência passada e reviver algumas emoções sentidas no momento da experiência original, assim como as representações sensoriais. A lesão do encéfalo na região temporal: lobo temporal mediano, e diencéfalo mediano podem fazer com que esse amnésico apresente-se incapaz de se lembrar dos episódios recentes do seu dia-a-dia, e se esquecem à medida que novos fatos vão acontecendo.
Temos dois tipos de memórias as de curto e de longo prazo, a primeira uma memória explicita ou declarativa, a qual podemos assimilar uma memória verbalizável de fatos e episódios, já a segunda uma memória implícita ou não declarativa que remete ao conjunto das habilidades perceptivo-motoras, sendo bastante parecida à memória-hábito de Bérgson. Podemos identificar também uma memória semântica dos conhecimentos gerais do nosso saber e outra episódica das informações contingências. O hemisfério cerebral esquerdo na pessoa destra é dominante para a linguagem, porem o hemisfério direito é capacitado no processamento das informações visuo-espaciais. O hipocampo é uma estrutura do lobo temporal mediano e desempenha um papel fundamental na codificação, mas não é um lugar de armazenamento mnêmico, como se pensava na década de 60, essa estrutura apenas auxilia por um período o processo de memorização. Existem muitas duvidas em relação as lembranças de uma zona para outra e com o mecanismo de percepção das informações que devem ser preservadas. Porem temos a capacidade de absorver as informações presentes e resgatá-las em um tempo futuro.

1.2. Matéria e memória
Bérgson iniciou sua filosofia a partir de dados da biologia, a neurologia foi precedida da psicologia de Bérgson. “Théodule Ribot escrevera que“ a lembrança não esta na alma, [mas sim] fixada em seu lugar de nascimento, numa parte do cérebro” (p. 10) . Bérgson afirma que o cérebro pode dirigir uma ação, mas não tem poder de representação e nenhuma capacidade mnêmica, pois a memória é de natureza espiritual. Nenhuma tese de Bérgson foi forte para resistir a neurofisiologia e a psicofisiologia.
Acredita-se que a função do cérebro é a de transmitir o abalo sensitivo ou sensorial a um mecanismo motor, limitando-se apenas a isso. Para alguns o cérebro não passaria de um órgão de seleção e de ação. Já La Mettrie, por exemplo, crê num cérebro capaz de fabricar pensamento, o cérebro-máquina. Bérgson criou a idéia de um cérebro que não conserva nenhuma lembrança, nenhuma imagem, para ele o cérebro só possui a memória-hábito, responsável pelas funções sensório-motoras.
Não existe no cérebro um lugar onde as lembranças fiquem fixadas e se acumulem. Uma destruição das lembranças supostamente causadas por lesões cerebrais é uma interrupção do processo por que a lembrança se atualiza.
Bérgson criou uma filosofia na qual o pensamento é atribuído a Deus, sendo muitas vezes aplaudido e visto como um neurologista de gênio. Mas este mesmo gênio foi desmentido em vários tópicos fundamentais. Toda ação cerebral é baseada a priori no quadro de uma ação materialista. Vários estudos mostram que o cérebro não pode ser um lugar de representação e que a sua função não pode ser limitada à ação. Podemos perceber um aumento do fluxo do sangue arterial, na região referente a uma percepção, sensação ou movimento.
Foi identificado no macaco que ao ver seu treinador repetindo um movimento com as mãos que lhe foi ensinado anteriormente, os neurônios da área V5 (córtex pré-motor inferior) são estimulados, pelo fato de ele lembrar do movimento durante a aprendizagem.
Se memória e pensamento são de origem espiritual, tudo isso nos faz pensar sobre a evolução do chimpanzé para o homem, por que um instinto indispensável mudaria de significação?
Porem, no estado atual das neurociências, memória e pensamento estão ligados e reações fisio-química da matéria cerebral Algumas evidencias nos fazem deixar de lado a visão espiritualista da memória e do pensamento. E tudo nos leva a crer que a rede neuronal do cérebro é onde habitam as atividades cognitivas, sensório-motoras e afetiva, apresentando mudanças no status físico-químico de suas áreas.

1.3. A palavra cerebral
O neurologista alemão Karl Wernicke, em 1874 explicou que o cérebro da linguagem não se resume à área de Broca, existe uma área mais posterior e mais alta que participa da percepção das palavras escritas ou faladas. Existem dois tipos de afasia causados por uma lesão cerebral, onde a audição e a visão são conservadas.
Na afasia motora perde-se a capacidade de falar e, na afasia sensorial ocasionada por uma lesão na área de Wernicke, a pessoa pode falar e escrever, mas não consegue ler e não compreende a fala de outra pessoa.
A linguagem procede de vários territórios cerebrais, de atividades cumulativas e complementares de centros funcionais associados e interligados. Nos centros mnêmicos específicos da leitura e da escrita, são armazenados os rastros mnêmicos, chamados de mnemônicos por Wernicke, estímulos auditivos e verbais anteriores permitindo reconhecer letras, frases e palavras para exprimir ou compreender uma idéia. A função de regulação e controle de todos os comportamentos de certo grau de complexidade garantidas pelos lobos frontais, também participam diretamente na construção da linguagem.
O córtex cerebral foi dividido em 52 áreas por Brodman, em 1909, através de resultados de experiências em animais e do homem: a área 4, circunvolução frontal ascendente, participa na motricidade; a área 17, occipital, corresponde à visão, as áreas 44 e 45 à circunvolução de Broca e a sensibilidade corporal pelas áreas parietais 1, 2, 3.
Territórios cerebrais diferentes são envolvidos quanto mais complexo e voluntário é um processo.
As áreas “de associação”, nas áreas frontais coordenam a atividade dos “centros”corticais primários.


2 DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL

A percepção visual é a faculdade que os olhos têm de nos dar a perceber o mundo por intermédio da luz. Ao agir sobre a retina, a luz cria uma imagem, o ponto de partida do processo que nos permite ver. Mas, a maneira como vemos as coisas é bem mais do que isso.
A percepção é que nos faz reconhecermos o mundo exterior conforme as transformações que os nossos órgãos do sentido efetuam, tornando-se diferente do que realmente é. Os fótons se transformam em imagens, as vibrações em sons e ruídos e as reações químicas em cheiros e gostos diferentes.
O verdadeiro conceito de percepção surgiu quando os neurocientistas Weber e Fechner descobriram que existe quatro atributos básicos de estímulos, que o sistema sensorial extrai: modalidade, intensidade, tempo e localização.
A percepção das pessoas sofre variações dependendo da localidade geográfica, pois há diversas culturas e sociedades
A Evolução atingiu os órgãos sensoriais e também as áreas cerebrais de recepção. No ser humano, o olfato diminuiu, mas em compensação outros sentidos tornaram-se instrumentos de grande precisão, como a visão, a audição e o tato.
As sensações envolvem uma complexa atividade cerebral, devido às estimulações do meio e do inato.
As percepções são elaboradas pelas áreas cerebrais centrais correspondentes e os receptores periféricos que se desenvolvem simultaneamente.
No homem houve uma considerável evolução no cérebro, desenvolvendo mais a percepção cerebral do que os receptores sensoriais.
Para Aristóteles, o olho recebe um estímulo visual e é o cérebro que produz a sensação, compreendendo os processos de captura luminosa e da integração das imagens. Os neurofisiologistas partem do principio da transdução das imagens na retina.
A retina possui elementos sensíveis à luz natural e outros são sensíveis aos diferentes comprimentos de ondas coloridas.
O processo de visão começa quando os fótons chegam ás células retinianas que estão no globo ocular, após sofrer modificações em sua trajetória e passar pelo cristalino e a pupila.
As células retinianas são os cones e os bastonetes. Os bastonetes ficam na periferia do olho, vêem a luz branca de baixa intensidade e, no centro estão os cones que reconhecem as cores, por possuírem os pigmentos vermelhos, verdes e azuis.
A luz é um conjunto multicromático decomponível em um espectro de cores diferentes.
A percepção de formas e cores está associada à luz, seja através da visão de objetos ou a influência da percepção da luz que incide sobre um objeto.
No século XIX, se desenvolveu as primeiras teorias sobre a percepção cromática através de alguns cientistas, entre eles, Thomas Young, em 1801, que descobriu os pigmentos nos cones, permitindo compreender a primeira versão da visão colorida.
Mais tarde, Hermann von Helmholtz aperfeiçoou a teoria de que os o olho tem três fotorreceptores, um para cada cor que se misturam e são interpretadas pelo cérebro. As teorias se complementaram e foram mais desenvolvidas e detalhadas, sendo muito importantes até hoje.
O sistema visual é muito abrangente em função de seu trajeto anatômico desde a retina até o lobo occipital.
O aparelho sensorial da visão é constituído pelos órgãos receptores visuais da retina, pelas estruturas de percepção, interpretação do córtex occipital e pelo conjunto de fibras e centros sensoriais que realizam a conexão da retina com o córtex visual.
A retina é dividida em segmentos nasal e temporal, que captam a imagem invertida, ao nível do quiasma óptico há a decussação parcial don nervos ópticos, fibras provenientes ao nível das retinas nasais se cruzam formando os tractos ópticos, que são formadas com fibras da retina temporal.
Cada tracto óptico tem seu trajeto do quiasma ao centro geniculado lateral onde se localiza o IV neurônio da via visual.
Os neurônios ópticos estão relacionados a neurônios auditivos e com aferências que conduzem as sensações fornecidas pelo corpo inteiro e também eferências motoras.
Há a distribuição de mensagens luminosas, em razão da natureza, da complexidade e da situação dos neurônios especializados.
Com isso, os dados visuais são enriquecidos através de evocações, comparações dos neurônios visuais ou das terminações nervosas oriundas de outras regiões cerebrais, sensoriais sensitivas ou mnêmicas.
A comparação, classificação e a interpretação das sensações visuais é que acabam numa percepção, igual para todos, pois os troncos principais do circuito neural fazem parte do ser humano.
Hoje, considera-se que o conjunto das informações vindas da área V1, que passam por um processo, é redistribuído para cerca de trinta áreas visuais diferentes, cada uma especializada no processamento do estímulo. Ou seja, as áreas V2 e V5 são responsáveis pela percepção de um deslocamento, uma direção ou de uma velocidade, já V4 é responsável pela cor e V3 é estimulada pela orientação das linhas no espaço.
Um milhão de terminações nervosas provenientes do corpo geniculado lateral chegam à área visual primária V1 entrando em contato com duzentos milhões de células.
Há uma melhor resposta das maiorias das células da área visual primária V1 a uma fina listra de sombra ou luz, ou um contorno, do que a uma mancha de luz, sendo o neurônio sensível a certa orientação das linhas. Outros tipos de neurônios recebem as informações de ambos os olhos, e a excitação máxima são alcançados se os sinais de entrada vierem de sítios retinianos que não se encontram no mesmo lugar de cada um. São encontradas no interior de regiões do córtex visual, com listras escuras e claras que parecem estar envolvidas na coordenação dos dois campos visuais.
A área visual V2, também recebe informações vindas do campo visual opostos. Os neurônios respondem como os da área principal à orientação, ao movimento, á disparidade e a cor, sendo seu campo receptor grande e algumas respostas sutis.
Os neurônios da área cortical V5, correspondem ao movimento de um estímulo à sua velocidade e à sua direção.
Os neurônios da V4 correspondem à percepção das cores, não apenas ao comprimento de ondas de luz.
As percepções mais complexas estão relacionadas com as áreas visuais superiores e anteriores em relação à área visual primária V1. A identificação do objeto está ligada às regiões infratemporais.
O cérebro visual é como um registrador e integrador de vários detalhes sensoriais. A síndrome “prosopagnosia”, a qual a pessoa não consegue reconhecer rostos, é provocada por uma lesão de territórios corticais distintos das áreas visuais e territórios à frente destas. Essas áreas ajudam a reconhecer e a localizar no espaço. Geralmente há uma lesão do lobo occipital do hemisfério não-dominante.
O lobo frontal parece ter maior capacidade de síntese, e a sua destruição provoca o não reconhecimento visual, o que impossibilita captar o sentido do que é visto. O córtex frontal talvez seja um centro de vontades, de decisões e de prorrogação motora.
Existe uma integração na função global dos hemisférios visuais direito e esquerdo, e que podem ser dissociados por circunstâncias fisiológicas ou patológicas.
Estudos realizados por Roger Sperry e Michael S. Gazzaniga, mostraram que eles têm várias propriedades funcionais diferentes.
A linguagem, o raciocínio lógico, determinados tipos de memória, o cálculo e análise são próprios do hemisfério esquerdo. Já, o hemisfério direito não usa palavras, é intuitivo, usa a imaginação, o sentimento e a síntese.
Cada hemisfério recebe as sensações táteis e visuais vindas da metade oposta do corpo humano e trocam informações um com o outro utilizando os neurônios associativos das comissuras medianas.
Há uma organização de acordo com a importância e a especialização crescente do cérebro visual, sendo que informações complexas não são retidas pela área visual primária V1, que interessam somente por dados elementares. Os traços visuais simples são retirados da área visual primária V1, e as demais lidam com estímulos mais complicados, que exigem um contato com outras funções cerebrais para haver o reconhecimento através de uma grande rede neural associativa.
O cérebro visual consiste numa organização de atividades cognitivas superior, com configurações neuronais ao redor de uma atividade funcional de dificuldades crescentes.
Para as sensações elementares, os neurônios da área cerebral visual são suficientes, mas para uma sensação mais refinada, é preciso da ajuda de outras capacidades cerebrais, da memória e da emoção, e também de algumas localizações cerebrais especializadas num movimento, numa forma e na representação do real. O estímulo visual é um conjunto de fótons, em que a imagem é construída por circuitos neuronais abrangendo diversas zonas especializadas do cérebro.
Dentro da organização cerebral está de um lado a estabilidade e relativa uniformidade, que são atributos do ser humano, e do outro lado, a subjetividade e versatilidade, devido às flutuações individuais, nascidas ao mesmo tempo de diferenças superficiais do programa genético comum e de influências ligadas ao meio e à aprendizagem.
O cérebro visual segue uma ordem inata, mas varia de indivíduo para indivíduo as forças externas, que pode confrontar-se com a homogeneidade de um programa do ser humano.
O som chega ao cérebro através de um canal transmissor, o ouvido, estabelecendo uma conexão entre a vibração externa e o cérebro.
O fisiologista alemão Von Helmholtz, no século XIX, achou que o ouvido interno funcionasse de acordo com o princípio da ressonância. Um sistema com capacidade vibratória pode entrar em harmonia com uma vibração externa, com freqüência igual à sua. O ouvido capta e transmite o resultado para informação e interação senso-motor.
A partir das observações da visão, os fisiologistas contemporâneos construíram a teoria de que, o ouvido decodifica os ruídos e os sons, descobre e classifica suas características físicas, que são transmitidas aos neurônios do córtex cerebral. É o cérebro temporal que escuta e ouve, e é o cérebro occipital que vê.
Nos séculos XIX e XX, o físico britânico lorde Ernest Rutherford, comparou o ouvido a um microfone, cujas vibrações sonoras geram variações de corrente elétrica e o cérebro é sensível a diferenças de potencial veiculadas pelo nervo auditivo. Admite-se que é o cérebro que faz a triagem das informações sonoras que são transmitidas da periferia. Em cada lobo temporal que ocorre essa operação central.
A organização do cérebro musical é muito complexa. Os lobos parieto-temporais esquerdo decifram as notas, a execução e o ritmo; e o direito, geram melodias, harmonia e matizes em relação a outras áreas cerebrais que são dedicadas à memória e às emoções.
A audição, mais do que outro sentido questiona a importância do inato e do adquirido na modelagem das atividades neuronais subjacentes. É muito importante a aprendizagem para adquirir uma sensibilidade musical em todos os sentidos.


3 Fenomenologia da percepção das cores

A cor não tem existência material, é obtida através da organização neuronal sob a ação da luz que associa os cones retinianos do olho na periferia e os neurônios centrais da área V4 do córtex cerebral. Os cones por possuírem pigmentos captam fótons e os neurônios são responsáveis pela cor das sensações físico-químicas dos fotorreceptores.
Para a percepção das cores são necessários dois elementos: a participação dos receptores periféricos, o olho, que funciona como um decifrador do fluxo luminoso; e o analisador central, a área V4 do cérebro.
O daltonismo é exemplo de que os cones são responsáveis pela visão de cores; o vermelho ou o verde, ou ambos não são percebidos, pois os cones não foram dotados destes pigmentos, devido a um gene deficiente do cromossomo X. Os cones e bastonetes têm a sua função determinada pelas variações da intensidade luminosa. A percepção sobrepõe a da cor, por isso, em ambientes mais escuros é mais difícil detectarmos a cor exata.
O córtex visual neutraliza as variações de cores induzidas pela mudança da luminosidade branca ou no campo visual, de uma cor diferente.
O cérebro cria a seu modo as nuances de cores do meio ambiente e participa da criação do mundo que o homem observa, dependendo da sensação recebida a
A visão cromática é obtida através da comparação que o cérebro faz com os diferentes graus de luminosidade e de obscuridade nos três comprimentos de a que a retina é sensível e elementos vindos da periferia também fazem parte do processamento efetuado na etapa cerebral.
A visão colorida desaparece quando dois ou três comprimentos de ondas diferentes atingem a retina ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, tornando olho e o cérebro adjacente cego para essas cores. O movimento pode modificar a visão de cores. Um pequeno movimento faz desaparecer duas cores, por exemplo, o verde e o vermelho, se tiverem o mesmo brilho. A visão real acromática em preto e branco é induzida pela percepção de um movimento associado à cor.
O fenômeno da percepção das cores é mais complexo que o da sensação, pois, na sensação entram somente elementos físicos da luz e fisiológicos do olho e na percepção entram dados psicológicos alterando substancialmente a qualidade do que vemos.
Existem três características correspondentes aos parâmetros básicos das cores: o matiz, ou comprimento de onda; o valor, que significa luminosidade ou brilho; e, o croma, que corresponde à saturação ou brilho.
Os estudos sugerem que a ciência da visão colorida é definitiva, mas a percepção varia, é individual.

3.1. As cores esquecidas
Na antiguidade se extraía muitas tonalidades a partir de três óxidos minerais: o preto, o vermelho e o amarelo, utilizando a cor natural da rocha. Homero, em seus poemas apresenta cinco cores e Newton introduziu sete: branco, cinza, vermelho, verde e azul. Na antiguidade privilegiavam-se as formas em vez da luz, pois, a beleza é feita da “exatidão das proporções” e da “elegância das formas”.
O esquecimento de uma cor origina-se no cérebro e não no olho, pois, as cores e objetos passam despercebidos à nossa atenção. O cérebro percebe através de estimulações sensoriais e de seu próprio pensamento devido à ambliopia que faz a fusão das formas e mergulham certas cores num cinza crepuscular. O cérebro desperta com a iluminação da cor reencontrando a qualidade de estímulo visual, por isso, a sombra camufla a cor e uma luminosidade forte a ofusca.
A luz é feita de cores e também faz as cores.

3.2. Cores Inéditas
A área cortical V4 faz associações com neurônios que contêm as informações memorizadas, de percepções sensoriais, de emoções e juízo, de onde nasce uma imagem de percepção cheia de experiências passadas. Por isso, as cores são vistas diferentes pela religião, pela sociedade e emoções reduzindo a uma sensação física e pura a apenas uma difração de fótons.
Cada cor para os cristãos significa algo, por exemplo, o branco significa pureza, o azul-celeste a Virgem Maria. O verde representa o islã.
A cor para Brusatin representa a linguagem das cores exprimindo as boas e más reações do ser humano.
Os primeiros pintores ocidentais utilizaram a cor para ressaltar as formas, com isso o desenho primava sobre a cor. As variações de cores são infinitas podendo sofrer distorções devido ao olhar do pintor e á sua alma que traduz sobre a tela.
No século XVIII, os pintores descobrem que a sombra não é apenas um escurecimento, mas tonalidades próprias reagindo uma sobre as outras ao mesmo tempo. Isso graças aos progressos da pintura a óleo que possibilita mediante as variações luminosas modificar os brilhos da cor, tornando o pintor capaz de produzir o que vê e gostaria de ver.

3.3. A cor e a alma
As cores deixaram de representar apenas as formas, para representar um ambiente com a emoção sentida pelo artista e reproduzida em suas obras. Delacroix descreve dois tempos da criação pictórica, em suas Obras literárias: “Vemos entre objetos que se oferecem aos nossos olhares uma espécie de ligação produzida pela atmosfera que os envolve e pelos reflexos de todo tipo que fazem, por assim dizer, que cada objeto participe de uma espécie de harmonia geral”. E mais adiante: “Esse tipo particular de emoção. . . uma impressão. . . que resulta de determinado arranjo de cores, de luzes, de sombra. . . essa emoção dirige-se à parte mais íntima da alma. . . ela mexe com os sentimentos”.
Imagina-se que a captação das cores por V4 é garantida por alguma reação específica dos neurônios, cuja reação é uma característica do ser humano. A visão de cores pode ser entendida como uma propriedade estável do ser humano.
A visão colorida do homem manifesta a potência e a variedade do cérebro, funcionando primeiramente de maneira autônoma, independente da influência superior que não existe ainda.
A pintura é o que o pintor vê e como aprendeu a ver. As sensações de uma cor ou uma nota são misturadas quando nascemos por um contexto, uma vizinhança e pelas captações do cérebro, que são as evocações sensoriais, sensitivas ou mnêmicas desencadeadas. A pintura oferece uma alquimia, exprime uma percepção.
As sensações visuais e auditivas são transformadas pelo cérebro imediatamente, exercendo um jogo infinito de particularidades individuais modulando a apreensão do meio.
Existem dois tipos de visão. A visão genotípica que é um fenômeno de espécie garantida pela natureza física do estímulo e por uma especialização complexa, mas repetitiva do cérebro, desembocando numa percepção das formas e cores, mais ou menos comparável em cada um de nós.
A visão fenotípica é a impressão individual de uma excitação visual, é uma percepção individual.
Os objetos têm formas, volumes e cores constante, mas a visão que temos é função da modelagem cerebral que o homem sofre desde o início de seu desenvolvimento.

4 Visão consciente e inconsciente

4.1. O Ponto Cego
Ao nível da papila óptica, os axônios das células ganglionares atravessam as túnicas média e externa do olho, tornam-se mielínicos constituindo o nervo óptico. Como não há cones e bastonetes ao nível da papila esta área, mais apropriadamente chamada de’’ ponto cego fisiológico” não reage ao estimulo de luz, portanto nenhuma informação é conduzida ao cérebro a partir daí.
Edme Mariotte, físico amador declarou em 1666 a descoberta do ponto cego no campo visual. Baseando suas experiências no conceito de sua época, de que o nervo óptico tinha a dupla função, a de receber e transmitir sensações visuais e que o ponto mais sensível do campo visual era o ponto de emergência do nervo óptico (papila óptica) exatamente onde ele encontrou o ponto cego. À partir daí Mariotte passou a concluir que a coroide (membrana que envolve e protege o globo ocular e o nervo óptico) era o tecido da percepção visual.

4.2. A Visão Cega
Haverá perda da visão consciente na metade do campo visual se ocorrer uma lesão no córtex occipital.
Segundo uma experiência publicada na revista Nature (1973) , assinada por E. Pöppel, R. Held e D. Frost, a cegueira não é total no interior do escotoma (região onde a visão foi amputada pela lesão) , pois o doente é capaz de perceber uma estimulação luminosa intensa, pois foi comprovado que a metade cega do campo visual permanece sensível a uma luz branca e forte.
Os mecanismos deste fenômeno (visão cega) são desconhecidos, mas houve muitas confirmações de sua existência. Em 1992, P. Stoering e A. Cowey demonstraram que existe também uma visão inconsciente para as cores nesta mesma região cega do campo visual.

4.3. Uma Visão Pensante
Os olhos captam as imagens mas é o cérebro que as interpreta dependendo muito do que aprendemos a ver, do que queremos ver e do que querem que vejamos. Ver por exemplo um cachorro e tentar desenha-lo para a maioria das pessoas é difícil ou praticamente impossível. São tantas informações captadas que sem um esquema não conseguimos selecionar o que realmente interessa, como por exemplo por onde começar.
Para os psicólogos, a visão não é uma percepção que ocorre por inércia. A captação de fótons é insuficiente para induzir uma imagem do que nos cerca. É necessário que a atividade cerebral transforme as informações implícitas em explicitas, que converta descargas elétricas em imagens coerentes.
Os objetos e formas são reconhecidos e reconstruídos pelo cérebro, capaz de analisar e sintetizar.
Varias etapas estão envolvido para o cérebro construir uma imagem. Estas por sua vez vão atingindo níveis cada vez mais alto de integração que completa a imagem visual. Nesta integração de sensação, simbolização, comparação e percepção, conta mais o conjunto do que os detalhes.
A pintura impressionista mostra bem isso. ’As brumas, a chuva e o negrume da Torre de Londres contam mais do que os ponteiros do relógio, e os nenúfares valem mais pela cor do que pela forma.

4.4. Qualia
O termo Qualia (plural de quale) refere–se às experiências individuais que as propriedades sensitivas subjetivas que acompanham a percepção e não às propriedades dos objetos em si, que são as cores sons e cheiros. A sensação provoca uma imagem perceptual própria de cada indivíduo. Os qualia exprimem dados aleatórios, por isso, não podem ser medidos.
O filósofo D. Dennet (apud Missa, 1993, p. 63) definiu qualia como: “Qualia é um termo nào familiar para alguma coisa que não poderia ser mais familiar a cada um de nós: o que as coisas nos parecem ser”. Sendo assim, é impossível descrever os modos individuais da percepção.
A percepção faz uma seleção eliminando as imagens que não possuem virtude que interagem, seleção esta que responde a incitações complexas do corpo, da mente e da própria matéria.

5 Fenotipia da percepção sensível

O sentido se apura nas percepções e na influencia exterior. Armazenam informações que lançadas pelo campo visual são a cada instante modificadas. O que é visualizado em primeira instancia não chega da mesma forma, para que isso ocorresse seria necessário que a cada instante nosso cérebro ficasse totalmente branco, para então assim receber uma nova informação sem se misturar com uma já existente.
Se olharmos um objeto por minutos, quando fecharmos os olhos não somos capazes de definir com clareza cada detalhe, pois não armazenamos esta plena informação.
O homem tem nos sentidos a capacidade de interferir e interpretar o meio em que vive e as mudanças que ocorrem a sua volta. A sensação pura não se ajusta a memória e nem ao conhecimento. A criança passa a diferenciar as cores após o nono mês de vida. ”A primeira percepção das cores propriamente ditas é, portanto, uma mudança de estrutura da consciencia”, escreve Merleau-Ponty (1945, p. 38) .
As palavras também nascem das sensações , Locke explicou que quando mostramos a uma criança algo de um amarelo vivo e luminoso e a ensinamos a chamá-lo de ouro, isso a induzirá chamar de ouro o cobre e até mesmo um pedaço dourado de bolo.
O universo imprime-se no cérebro pelos sentidos. A memória é a nossa capacidade de distinguir as sensações por ela armazenadas. As informações são projetadas ate formarem um campo definido de informações.

5.1. Bases Cientificas da Diversidade Cerebral
Quanto a função cerebral acreditou-se por muito tempo, que os compartimentos neurais eram fechados, separados de maneira que permaneciam imutáveis.
Segundo Wilhelm Fliess e Freud uma reorganização da memória esta sujeita à adaptação às novas circunstancias de tempos em tempos, ”. . . que a memória esta presente não só uma vez, mas varias vezes, que ela esta estabelecida em diferentes tipos de indicações”. reud, apud Rosenfeld, 1989, p. 147)
Realizadas trepanações em 520 pessoas com epilepsia, o dr. Wilder Penfield constatou que naq superfície do cérebro temporal estimulações elétricas em intervalos de tempos variados foram constatados um fluxo de consciência antiga que mudava de individuo para individuo. As experiências emocionais eram ativadfas das estruturas límbicas.
Gloor ao realizar uma experiência com 35 epilépticos chegou a mesma conclusão que Freud, de que não é possível o reconhecimento de lembranças desprovidas de afeto, chegando a conclusão da indispensabilidade que as emoções têm na criação de lembranças.
Exames realizados mostraram que determinados circuitos nervosos são ativados por dois tipos de memórias. A primeira é a episódica, remetendo-se ao armazenamento de informações sob forma contingencial (autobiográfica) . A segunda é a semantica, ligada aos conhecimentos gerais do nosso saber. Conclui-se que a memória a longo prazo provavelmente depende também do neocortex.
Porem a teoria chamada de”darwinismo neural”formulada por Gerald M. Edelman, coloca a de localizações cerebrais em questionamento.
Michael Merzenich descobriu que as localizações funcionais do córtex não permanecem idênticas entre membros de uma mesma espécie, diferente do que se pensava durante muito tempo, como mostra a pesquisa relizada por Eric e Phyllis knudsen. Eles obstruíram o ouvido de uma coruja, que deslocou o som percebido em relação a sua posição real (isso durante seu crescimento) . Quatro a seis semanas depois a coruja aprendeu a localizar o som corretamente adaptando-se a essa condição sonora.
Edelman concluiu que cada individuo é único. Cada um desenvolve suas percepções de um modo diferente. A mente é construída por recepções de estímulos e situações de aprendizagem.


6 Das coisas e da ciência

As ciências visuais sempre estão relacionadas com as questões do objeto e a captação desses objetos por meios ópticos e suas interpretações na massa encefálica.
A exuberante e complexa malha de neurônios, áreas corticais, veias, artérias, são os meios pelos quais se processam o ser do individuo. A Ciência sempre vai questionar os assuntos pessoais de cada um com sua fenomenologia individual, o que difere uma pessoa de outra cada, cada qual com sua preferência de cores ou porque lhe agrada mais estar em ambiente claro ou escuro.
A ciência analisa estes aspectos referentes unicamente a questões de memórias. Todavia, muitas pessoas acreditam que essas memórias são o espírito individual de cada ser humano, mas não foi possível ajudar, provar ou desacreditar na existência da ciência da vida de cada individuo.
Alguns pesquisadores afirmam com muita certeza a existência de uma alma ou espírito e que nestes estão as respostas para os anseios da comunicação sobre questões da memória e comportamento humano;outros pesquisadores avaliam friamente que existem apenas áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de estímulos sensoriais e alguns que reconhecem a existência das duas formas citadas acima funcionando em harmonia.
A interpretação do ver realmente não é apenas o que os olhos captam através das ondas luminosas, porem algo bem maior do que isso. Para cada coisa que se vê há uma explosão de intenções químicas e orgânicas que resultam na consciência do que foi visto.
Toda impressão visual é algo excepcional e impossível de ser copiado pois todos tiveram algumas experiências de visão, criação e outras infinitas coisas que são deveras importantes para a interpretação pessoal. A ciência esta longe de poder analisar cada uma das múltiplas questões que envolvem o enxergar, pois o homem é exclusivo, é o único que não tem repeti;coes contudo avanços são obtidos dia após dia.
A ciência espera um futuro no qual possa compreender a melhor forma o que é enxergar.

CONCLUSÃO

O processo de percepção dos sentidos humanos é dividido em basicamente duas etapas: a físico-biológica e a psicofisiológica. No caso da visão, isso não é diferente.
Analisando esta questão fisicamente, a percepção envolvida neste sentido é processada a partir da incidência de luz através do globo ocular, que contém células e outras partes sensitivas para captar informações visuais, sendo estas posteriormente transmitidas ao cérebro humano através do nervo óptico.
Tendo o cérebro regiões do córtex responsáveis por interpretar cada tipo de informação sensorial, pode-se afirmar que, quando se trata de visão, as imagens são apenas captadas pelo globo ocular, sendo transmitidas posteriormente ao nosso grande “banco de dados” (o cérebro) , através de uma complexa rede de células nervosas (neurônios) . Somente então essas informações são convertidas na identificação do objeto visto, ou seja, somente existe a condição de se identificar a imagem captada a partir do momento em que essa associação imagem-objeto resulta do processo de interpretação das informações.
Por isso pode-se dizer que a etapa físico-biológica é praticamente igual em todos os humanos com condições físicas normais de visão, mas não a etapa psicofisiológica, visto que a interpretação das informações visuais dependerá diretamente das informações anteriormente armazenadas em nosso “banco de dados” (cérebro) , que fará as associações imagem-objeto de acordo com os conhecimentos já existentes. É por isso, em outras palavras, que o processo da visão e de todos os outros sentidos humanos varia de acordo com as experiências individuais de cada pessoa.

BIBLIOGRAFIA


MEYER, Philippe. O olho e o cérebro: biofilosofia da percepção visual. São Paulo: Unesp, 2002. p. 37-54
LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. São Paulo: Atheneu, 2004. p. 286, 289, 292-294
http://www. cerebromente. org. br
http://www. psiqweb. med. br/cursos/percep. html

ANEXOS

1. Área visual primária


2. O desenho da retina


3. Gravura de Monet


4. Gravura de Cesane


5. Gravura de Van Gogh


Um comentário:

  1. Bom dia! Seu trabalho é bastante significativo. Gostaria de saber como faço para ler/abrir os anexos?

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