quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dicas

Tenho percebido que muitas gente vem me perguntanndo porque os oculos do camelo nao funciona qual é o processo...?
O processo é simples a lente é feita de um materia (plastico) e quando aquecido pelo sol danifica a lente de modo que nao da para perceber a olho nu, fazendo a liberação de ultra violeta, com a lente é escura sua pupila esta dilatada, logo mais ultra violeta irao entrar em sua visão trazendo ai graves doenças ao olhos...

O óculos original por sua vez as lente são fabricadas em rezina, poly, cristal, esses materias que é feito a lente é testado e aprovado para bloquear o uv... Trazendo assim maior conforto e seguraça para sua visao!

O mesmo principio serve para as armaçao paralelas e originais...
As paralelas são fabricada a base de plastico ou metal frageis.
As originais por sua vez fabricada com um material chamado de acetato , metal forte, materiais proprio para armaçoes .....
Valew duvidas me mandem .....
Meu facebook ... Anderson.atanabi@gmail.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O OLHO E O CEREBRO.

UBC – UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS


O OLHO E O CÉREBRO
biofilosofia da percepção visual

ALICE ZARAMELLA RGM 199400
CLAYTON LUIZ PEREIRA RODRIGUES RGM 199573
DANIELA CORREA DA SILVA RGM 194939
DENISE PINTO TAVARES RGM 200634
ELIANE HITOMI YAMASHITA RGM 195376
GIL ROMEU C. T. FARIA RGM 195899
JAQUELINE DA SILVA MACHADO RGM 199906
LEANDRO NAVES RGM 191605
LUCINEA COELHO DE ALBUQUERQUE RGM 196932
MARA RAYANE ALVES DE SOUSA RGM 191603
MARIA TEREZINHA BAFFI PENTAGNA RGM 192845
MARISA SUMIE KURITA RGM 197271
MIRIAM MARTIN TAVARES RGM 197430
RODRIGO MITANI RGM 198191


Projeto Especial de Graduação do curso de graduação de Tecnologia em Óptica e Optometria para conclusão da disciplina de Neurovisão.


AGRADECIMENTO

Agradecemos a colaboração de todos os integrantes deste grupo de pesquisa e, em especial ao nosso professor e coordenador do curso de Optometria da Universidade Braz Cubas, Leandro Rhein, que nos deu a oportunidade de ampliar o nosso campo de conhecimento profissional, despertando-nos a aprofundar neste mundo mágico e fantástico que é a união perfeita entre o olho e o cérebro.

METODOLOGIA


Revisão bibliográfica baseada na análise crítica da obra “O olho e o cérebro: biofilosofia da percepção visual”, do autor Philippe Meyer.

SUMÁRIO


INTRODUÇÃO 6
1 CÉREBRO E MATÉRIA 7
1.1. O PENSAMENTO E A MEMÓRIA HOJE 7
1.2. MATÉRIA E MEMÓRIA 9
1.3. A PALAVRA CEREBRAL 10
2 DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL 12
3 FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO DAS CORES 17
3.1. AS CORES ESQUECIDAS 18
3.2. CORES INÉDITAS 18
3.3. A COR E A ALMA 19
4 VISÃO CONSCIENTE E INCONSCIENTE 21
4.1. O PONTO CEGO 21
4.2. A VISÃO CEGA 21
4.3. UMA VISÃO PENSANTE 21
4.4. QUALIA 22
5 FENOTIPIA DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL 23
5.1. BASES CIENTIFICAS DA DIVERSIDADE CEREBRAL 23
6 DAS COISAS E DA CIÊNCIA 25
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 27
ANEXOS 28




INTRODUÇÃO

Os mecanismos da visão são fontes de estudos, tanto de neurobiólogos como de psicólogos e filósofos,.De um lado os cientistas descobrem as especificidades dos neurônios visuais, e do outro lado, os pensadores que duvidam da capacidade do ser humano em perceber um mundo em si.
A filosofia que se baseia nas ciências da vida, a biofilosofia, procura situar o homem no mundo através do conhecimento dos mecanismos que sustentam a vida.
A biologia e a filosofia são duas fadas que velaram sobre o nascimento da psicologia, escreveu o neurofisiologista Marc Jeannerod ( 1996, p.9).
A psicologia apoiou-se no conhecimento físico-químico da matéria cerebral e no mundo das idéias. Tornou-se também uma “psicofísica”, elaborando a física das sensações e a biologia das aptidões, observando as respostas dos estímulos externos.
O funcionamento do cérebro gera o debate filosófico, pois é o objeto de estudo da neurociência, que provoca interrogações, emoções e fascinação.
Para se conhecer o homem é necessária uma integração dos progressos neurológicos e, a filosofia não pode existir se não passar por esta etapa.
A organização cerebral é complexa e variável de tal modo que o conhecimento concreto do “real” parece s ser inatingível.
A definição de normas e padrões é contrária às interpretações individuais que aumentam cada vez mais com o desvendar do cérebro.
As cores são uma realidade objetiva, mas acabam se desviando para outra cor através da percepção de cada um. O cérebro humano impõe uma marca própria à realidade e como esta é muito complexa, há dois sentidos para a percepção, uma que traz consigo e outra intrínseca.
O tema desta discussão são os mecanismos da visão e o resultado de estudos sobre o pensamento, a memória e a linguagem para ressaltar a materialidade do funcionamento do cérebro.


1 Cérebro e Matéria

Hoje podemos afirmar que a matéria cerebral é responsável pelo conjunto das atividades cerebrais, incluindo a nobres funções, a consciência, o pensamento, a emoção e a percepção.
O funcionamento perfeito do cérebro só pode acontecer se sua estrutura estiver intacta, quer se trate de intenção, de dedução, de sonho, de memória ou de prazer. Não existe pensamento fora do cérebro.
A materialidade cerebral é certa, a materialidade de hoje talvez não seja a de amanhã. A anatomia estudou durante muito tempo investigando o cérebro. Franz-Joseph Gall, afirmou que a superfície do cérebro é uma manta dobrada continua, onde fibras nervosas se desenvolvem e se articulam entre si, perdendo assim seu aspecto intestinal. Porém, existem zonas de topografia fixa e reconhecível. Cada uma com sua atividade mental precisa, lugares onde acontecem os instintos, sentimentos, vontades, talentos e também as forças morais e intelectuais.
A anatomia é necessária, mas quando tratamos do cérebro se torna insuficiente.

1.1. O pensamento e a memória hoje
O cérebro humano é constituído de dezena de bilhões de neurônios, funciona com modificações materiais perceptíveis. A comunicação entre um neurônio e outro é garantida por substancias químicas, quantificáveis nas terminações nervosas. Uma iluminação intensa no olho ativa o cérebro visual occipital, por exemplo. Essas localizações cerebrais devem ser compreendidas como regiões do córtex que tem uma capacidade funcional particular. Para que ocorra a percepção é necessária à integração de uma sensação, essa percepção é promovida por neurônios associativos. Uma atividade psicossensoriomotora é representada por uma zona funcional especializada ou fortemente orientada seguindo cada localização cortical. O cérebro é um órgão único, sabendo-se que cada atividade especializada esta ligada ao conjunto de atividades cerebrais. A audição de musica pelos lobos temporais, causando uma ativação neuronal associativa, encarrega-se de afetos multiformes e pessoais, com o cérebro visual occipital não funciona diferente. O pensamento, por exemplo, é um processo dinâmico e estruturado da mente humana, pode surgir de percepções sensoriais ou sensitivas, de lembranças, de afetos, de sensações, de lembranças, de conceitos ou de deduções anteriores. Pode também surgir do nada, ou melhor, dizendo do inconsciente. O pensamento estimula o lado esquerdo do cérebro na pessoa destra e induz a linguagem, sabendo-se que existe o pensamento sem linguagem. Alguns exames nos fazem acreditar na materialidade do pensamento e da memória. Quando uma pessoa decora uma lista, por exemplo, ao lê-la varias vezes a atividade cerebral vai se extinguindo. Mas assim que lhe é dada outra lista a área frontal do córtex e a área de Wernicke (responsável pela linguagem) se ativam na face lateral, e da mesma forma o córtex singular na face mediana.
Jean Pierre afirma que o inicio da atividade de áreas múltiplas em interações recíprocas permite o mesmo tempo a analise e a síntese e garante a totalidade do percepto. De acordo François Lhermitte todos os neurônios se ligam em vastos conjuntos, e cada rede é portadora de um sem-numero de configurações que por seu lado, possuem provavelmente uma especificidade psicofisiologica. Neurocirurgiões diagnosticaram que a estimulação elétrica do lobo temporal faz ressurgir uma experiência passada e reviver algumas emoções sentidas no momento da experiência original, assim como as representações sensoriais. A lesão do encéfalo na região temporal: lobo temporal mediano, e diencéfalo mediano podem fazer com que esse amnésico apresente-se incapaz de se lembrar dos episódios recentes do seu dia-a-dia, e se esquecem à medida que novos fatos vão acontecendo.
Temos dois tipos de memórias as de curto e de longo prazo, a primeira uma memória explicita ou declarativa, a qual podemos assimilar uma memória verbalizável de fatos e episódios, já a segunda uma memória implícita ou não declarativa que remete ao conjunto das habilidades perceptivo-motoras, sendo bastante parecida à memória-hábito de Bérgson. Podemos identificar também uma memória semântica dos conhecimentos gerais do nosso saber e outra episódica das informações contingências. O hemisfério cerebral esquerdo na pessoa destra é dominante para a linguagem, porem o hemisfério direito é capacitado no processamento das informações visuo-espaciais. O hipocampo é uma estrutura do lobo temporal mediano e desempenha um papel fundamental na codificação, mas não é um lugar de armazenamento mnêmico, como se pensava na década de 60, essa estrutura apenas auxilia por um período o processo de memorização. Existem muitas duvidas em relação as lembranças de uma zona para outra e com o mecanismo de percepção das informações que devem ser preservadas. Porem temos a capacidade de absorver as informações presentes e resgatá-las em um tempo futuro.

1.2. Matéria e memória
Bérgson iniciou sua filosofia a partir de dados da biologia, a neurologia foi precedida da psicologia de Bérgson. “Théodule Ribot escrevera que“ a lembrança não esta na alma, [mas sim] fixada em seu lugar de nascimento, numa parte do cérebro” (p. 10) . Bérgson afirma que o cérebro pode dirigir uma ação, mas não tem poder de representação e nenhuma capacidade mnêmica, pois a memória é de natureza espiritual. Nenhuma tese de Bérgson foi forte para resistir a neurofisiologia e a psicofisiologia.
Acredita-se que a função do cérebro é a de transmitir o abalo sensitivo ou sensorial a um mecanismo motor, limitando-se apenas a isso. Para alguns o cérebro não passaria de um órgão de seleção e de ação. Já La Mettrie, por exemplo, crê num cérebro capaz de fabricar pensamento, o cérebro-máquina. Bérgson criou a idéia de um cérebro que não conserva nenhuma lembrança, nenhuma imagem, para ele o cérebro só possui a memória-hábito, responsável pelas funções sensório-motoras.
Não existe no cérebro um lugar onde as lembranças fiquem fixadas e se acumulem. Uma destruição das lembranças supostamente causadas por lesões cerebrais é uma interrupção do processo por que a lembrança se atualiza.
Bérgson criou uma filosofia na qual o pensamento é atribuído a Deus, sendo muitas vezes aplaudido e visto como um neurologista de gênio. Mas este mesmo gênio foi desmentido em vários tópicos fundamentais. Toda ação cerebral é baseada a priori no quadro de uma ação materialista. Vários estudos mostram que o cérebro não pode ser um lugar de representação e que a sua função não pode ser limitada à ação. Podemos perceber um aumento do fluxo do sangue arterial, na região referente a uma percepção, sensação ou movimento.
Foi identificado no macaco que ao ver seu treinador repetindo um movimento com as mãos que lhe foi ensinado anteriormente, os neurônios da área V5 (córtex pré-motor inferior) são estimulados, pelo fato de ele lembrar do movimento durante a aprendizagem.
Se memória e pensamento são de origem espiritual, tudo isso nos faz pensar sobre a evolução do chimpanzé para o homem, por que um instinto indispensável mudaria de significação?
Porem, no estado atual das neurociências, memória e pensamento estão ligados e reações fisio-química da matéria cerebral Algumas evidencias nos fazem deixar de lado a visão espiritualista da memória e do pensamento. E tudo nos leva a crer que a rede neuronal do cérebro é onde habitam as atividades cognitivas, sensório-motoras e afetiva, apresentando mudanças no status físico-químico de suas áreas.

1.3. A palavra cerebral
O neurologista alemão Karl Wernicke, em 1874 explicou que o cérebro da linguagem não se resume à área de Broca, existe uma área mais posterior e mais alta que participa da percepção das palavras escritas ou faladas. Existem dois tipos de afasia causados por uma lesão cerebral, onde a audição e a visão são conservadas.
Na afasia motora perde-se a capacidade de falar e, na afasia sensorial ocasionada por uma lesão na área de Wernicke, a pessoa pode falar e escrever, mas não consegue ler e não compreende a fala de outra pessoa.
A linguagem procede de vários territórios cerebrais, de atividades cumulativas e complementares de centros funcionais associados e interligados. Nos centros mnêmicos específicos da leitura e da escrita, são armazenados os rastros mnêmicos, chamados de mnemônicos por Wernicke, estímulos auditivos e verbais anteriores permitindo reconhecer letras, frases e palavras para exprimir ou compreender uma idéia. A função de regulação e controle de todos os comportamentos de certo grau de complexidade garantidas pelos lobos frontais, também participam diretamente na construção da linguagem.
O córtex cerebral foi dividido em 52 áreas por Brodman, em 1909, através de resultados de experiências em animais e do homem: a área 4, circunvolução frontal ascendente, participa na motricidade; a área 17, occipital, corresponde à visão, as áreas 44 e 45 à circunvolução de Broca e a sensibilidade corporal pelas áreas parietais 1, 2, 3.
Territórios cerebrais diferentes são envolvidos quanto mais complexo e voluntário é um processo.
As áreas “de associação”, nas áreas frontais coordenam a atividade dos “centros”corticais primários.


2 DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL

A percepção visual é a faculdade que os olhos têm de nos dar a perceber o mundo por intermédio da luz. Ao agir sobre a retina, a luz cria uma imagem, o ponto de partida do processo que nos permite ver. Mas, a maneira como vemos as coisas é bem mais do que isso.
A percepção é que nos faz reconhecermos o mundo exterior conforme as transformações que os nossos órgãos do sentido efetuam, tornando-se diferente do que realmente é. Os fótons se transformam em imagens, as vibrações em sons e ruídos e as reações químicas em cheiros e gostos diferentes.
O verdadeiro conceito de percepção surgiu quando os neurocientistas Weber e Fechner descobriram que existe quatro atributos básicos de estímulos, que o sistema sensorial extrai: modalidade, intensidade, tempo e localização.
A percepção das pessoas sofre variações dependendo da localidade geográfica, pois há diversas culturas e sociedades
A Evolução atingiu os órgãos sensoriais e também as áreas cerebrais de recepção. No ser humano, o olfato diminuiu, mas em compensação outros sentidos tornaram-se instrumentos de grande precisão, como a visão, a audição e o tato.
As sensações envolvem uma complexa atividade cerebral, devido às estimulações do meio e do inato.
As percepções são elaboradas pelas áreas cerebrais centrais correspondentes e os receptores periféricos que se desenvolvem simultaneamente.
No homem houve uma considerável evolução no cérebro, desenvolvendo mais a percepção cerebral do que os receptores sensoriais.
Para Aristóteles, o olho recebe um estímulo visual e é o cérebro que produz a sensação, compreendendo os processos de captura luminosa e da integração das imagens. Os neurofisiologistas partem do principio da transdução das imagens na retina.
A retina possui elementos sensíveis à luz natural e outros são sensíveis aos diferentes comprimentos de ondas coloridas.
O processo de visão começa quando os fótons chegam ás células retinianas que estão no globo ocular, após sofrer modificações em sua trajetória e passar pelo cristalino e a pupila.
As células retinianas são os cones e os bastonetes. Os bastonetes ficam na periferia do olho, vêem a luz branca de baixa intensidade e, no centro estão os cones que reconhecem as cores, por possuírem os pigmentos vermelhos, verdes e azuis.
A luz é um conjunto multicromático decomponível em um espectro de cores diferentes.
A percepção de formas e cores está associada à luz, seja através da visão de objetos ou a influência da percepção da luz que incide sobre um objeto.
No século XIX, se desenvolveu as primeiras teorias sobre a percepção cromática através de alguns cientistas, entre eles, Thomas Young, em 1801, que descobriu os pigmentos nos cones, permitindo compreender a primeira versão da visão colorida.
Mais tarde, Hermann von Helmholtz aperfeiçoou a teoria de que os o olho tem três fotorreceptores, um para cada cor que se misturam e são interpretadas pelo cérebro. As teorias se complementaram e foram mais desenvolvidas e detalhadas, sendo muito importantes até hoje.
O sistema visual é muito abrangente em função de seu trajeto anatômico desde a retina até o lobo occipital.
O aparelho sensorial da visão é constituído pelos órgãos receptores visuais da retina, pelas estruturas de percepção, interpretação do córtex occipital e pelo conjunto de fibras e centros sensoriais que realizam a conexão da retina com o córtex visual.
A retina é dividida em segmentos nasal e temporal, que captam a imagem invertida, ao nível do quiasma óptico há a decussação parcial don nervos ópticos, fibras provenientes ao nível das retinas nasais se cruzam formando os tractos ópticos, que são formadas com fibras da retina temporal.
Cada tracto óptico tem seu trajeto do quiasma ao centro geniculado lateral onde se localiza o IV neurônio da via visual.
Os neurônios ópticos estão relacionados a neurônios auditivos e com aferências que conduzem as sensações fornecidas pelo corpo inteiro e também eferências motoras.
Há a distribuição de mensagens luminosas, em razão da natureza, da complexidade e da situação dos neurônios especializados.
Com isso, os dados visuais são enriquecidos através de evocações, comparações dos neurônios visuais ou das terminações nervosas oriundas de outras regiões cerebrais, sensoriais sensitivas ou mnêmicas.
A comparação, classificação e a interpretação das sensações visuais é que acabam numa percepção, igual para todos, pois os troncos principais do circuito neural fazem parte do ser humano.
Hoje, considera-se que o conjunto das informações vindas da área V1, que passam por um processo, é redistribuído para cerca de trinta áreas visuais diferentes, cada uma especializada no processamento do estímulo. Ou seja, as áreas V2 e V5 são responsáveis pela percepção de um deslocamento, uma direção ou de uma velocidade, já V4 é responsável pela cor e V3 é estimulada pela orientação das linhas no espaço.
Um milhão de terminações nervosas provenientes do corpo geniculado lateral chegam à área visual primária V1 entrando em contato com duzentos milhões de células.
Há uma melhor resposta das maiorias das células da área visual primária V1 a uma fina listra de sombra ou luz, ou um contorno, do que a uma mancha de luz, sendo o neurônio sensível a certa orientação das linhas. Outros tipos de neurônios recebem as informações de ambos os olhos, e a excitação máxima são alcançados se os sinais de entrada vierem de sítios retinianos que não se encontram no mesmo lugar de cada um. São encontradas no interior de regiões do córtex visual, com listras escuras e claras que parecem estar envolvidas na coordenação dos dois campos visuais.
A área visual V2, também recebe informações vindas do campo visual opostos. Os neurônios respondem como os da área principal à orientação, ao movimento, á disparidade e a cor, sendo seu campo receptor grande e algumas respostas sutis.
Os neurônios da área cortical V5, correspondem ao movimento de um estímulo à sua velocidade e à sua direção.
Os neurônios da V4 correspondem à percepção das cores, não apenas ao comprimento de ondas de luz.
As percepções mais complexas estão relacionadas com as áreas visuais superiores e anteriores em relação à área visual primária V1. A identificação do objeto está ligada às regiões infratemporais.
O cérebro visual é como um registrador e integrador de vários detalhes sensoriais. A síndrome “prosopagnosia”, a qual a pessoa não consegue reconhecer rostos, é provocada por uma lesão de territórios corticais distintos das áreas visuais e territórios à frente destas. Essas áreas ajudam a reconhecer e a localizar no espaço. Geralmente há uma lesão do lobo occipital do hemisfério não-dominante.
O lobo frontal parece ter maior capacidade de síntese, e a sua destruição provoca o não reconhecimento visual, o que impossibilita captar o sentido do que é visto. O córtex frontal talvez seja um centro de vontades, de decisões e de prorrogação motora.
Existe uma integração na função global dos hemisférios visuais direito e esquerdo, e que podem ser dissociados por circunstâncias fisiológicas ou patológicas.
Estudos realizados por Roger Sperry e Michael S. Gazzaniga, mostraram que eles têm várias propriedades funcionais diferentes.
A linguagem, o raciocínio lógico, determinados tipos de memória, o cálculo e análise são próprios do hemisfério esquerdo. Já, o hemisfério direito não usa palavras, é intuitivo, usa a imaginação, o sentimento e a síntese.
Cada hemisfério recebe as sensações táteis e visuais vindas da metade oposta do corpo humano e trocam informações um com o outro utilizando os neurônios associativos das comissuras medianas.
Há uma organização de acordo com a importância e a especialização crescente do cérebro visual, sendo que informações complexas não são retidas pela área visual primária V1, que interessam somente por dados elementares. Os traços visuais simples são retirados da área visual primária V1, e as demais lidam com estímulos mais complicados, que exigem um contato com outras funções cerebrais para haver o reconhecimento através de uma grande rede neural associativa.
O cérebro visual consiste numa organização de atividades cognitivas superior, com configurações neuronais ao redor de uma atividade funcional de dificuldades crescentes.
Para as sensações elementares, os neurônios da área cerebral visual são suficientes, mas para uma sensação mais refinada, é preciso da ajuda de outras capacidades cerebrais, da memória e da emoção, e também de algumas localizações cerebrais especializadas num movimento, numa forma e na representação do real. O estímulo visual é um conjunto de fótons, em que a imagem é construída por circuitos neuronais abrangendo diversas zonas especializadas do cérebro.
Dentro da organização cerebral está de um lado a estabilidade e relativa uniformidade, que são atributos do ser humano, e do outro lado, a subjetividade e versatilidade, devido às flutuações individuais, nascidas ao mesmo tempo de diferenças superficiais do programa genético comum e de influências ligadas ao meio e à aprendizagem.
O cérebro visual segue uma ordem inata, mas varia de indivíduo para indivíduo as forças externas, que pode confrontar-se com a homogeneidade de um programa do ser humano.
O som chega ao cérebro através de um canal transmissor, o ouvido, estabelecendo uma conexão entre a vibração externa e o cérebro.
O fisiologista alemão Von Helmholtz, no século XIX, achou que o ouvido interno funcionasse de acordo com o princípio da ressonância. Um sistema com capacidade vibratória pode entrar em harmonia com uma vibração externa, com freqüência igual à sua. O ouvido capta e transmite o resultado para informação e interação senso-motor.
A partir das observações da visão, os fisiologistas contemporâneos construíram a teoria de que, o ouvido decodifica os ruídos e os sons, descobre e classifica suas características físicas, que são transmitidas aos neurônios do córtex cerebral. É o cérebro temporal que escuta e ouve, e é o cérebro occipital que vê.
Nos séculos XIX e XX, o físico britânico lorde Ernest Rutherford, comparou o ouvido a um microfone, cujas vibrações sonoras geram variações de corrente elétrica e o cérebro é sensível a diferenças de potencial veiculadas pelo nervo auditivo. Admite-se que é o cérebro que faz a triagem das informações sonoras que são transmitidas da periferia. Em cada lobo temporal que ocorre essa operação central.
A organização do cérebro musical é muito complexa. Os lobos parieto-temporais esquerdo decifram as notas, a execução e o ritmo; e o direito, geram melodias, harmonia e matizes em relação a outras áreas cerebrais que são dedicadas à memória e às emoções.
A audição, mais do que outro sentido questiona a importância do inato e do adquirido na modelagem das atividades neuronais subjacentes. É muito importante a aprendizagem para adquirir uma sensibilidade musical em todos os sentidos.


3 Fenomenologia da percepção das cores

A cor não tem existência material, é obtida através da organização neuronal sob a ação da luz que associa os cones retinianos do olho na periferia e os neurônios centrais da área V4 do córtex cerebral. Os cones por possuírem pigmentos captam fótons e os neurônios são responsáveis pela cor das sensações físico-químicas dos fotorreceptores.
Para a percepção das cores são necessários dois elementos: a participação dos receptores periféricos, o olho, que funciona como um decifrador do fluxo luminoso; e o analisador central, a área V4 do cérebro.
O daltonismo é exemplo de que os cones são responsáveis pela visão de cores; o vermelho ou o verde, ou ambos não são percebidos, pois os cones não foram dotados destes pigmentos, devido a um gene deficiente do cromossomo X. Os cones e bastonetes têm a sua função determinada pelas variações da intensidade luminosa. A percepção sobrepõe a da cor, por isso, em ambientes mais escuros é mais difícil detectarmos a cor exata.
O córtex visual neutraliza as variações de cores induzidas pela mudança da luminosidade branca ou no campo visual, de uma cor diferente.
O cérebro cria a seu modo as nuances de cores do meio ambiente e participa da criação do mundo que o homem observa, dependendo da sensação recebida a
A visão cromática é obtida através da comparação que o cérebro faz com os diferentes graus de luminosidade e de obscuridade nos três comprimentos de a que a retina é sensível e elementos vindos da periferia também fazem parte do processamento efetuado na etapa cerebral.
A visão colorida desaparece quando dois ou três comprimentos de ondas diferentes atingem a retina ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, tornando olho e o cérebro adjacente cego para essas cores. O movimento pode modificar a visão de cores. Um pequeno movimento faz desaparecer duas cores, por exemplo, o verde e o vermelho, se tiverem o mesmo brilho. A visão real acromática em preto e branco é induzida pela percepção de um movimento associado à cor.
O fenômeno da percepção das cores é mais complexo que o da sensação, pois, na sensação entram somente elementos físicos da luz e fisiológicos do olho e na percepção entram dados psicológicos alterando substancialmente a qualidade do que vemos.
Existem três características correspondentes aos parâmetros básicos das cores: o matiz, ou comprimento de onda; o valor, que significa luminosidade ou brilho; e, o croma, que corresponde à saturação ou brilho.
Os estudos sugerem que a ciência da visão colorida é definitiva, mas a percepção varia, é individual.

3.1. As cores esquecidas
Na antiguidade se extraía muitas tonalidades a partir de três óxidos minerais: o preto, o vermelho e o amarelo, utilizando a cor natural da rocha. Homero, em seus poemas apresenta cinco cores e Newton introduziu sete: branco, cinza, vermelho, verde e azul. Na antiguidade privilegiavam-se as formas em vez da luz, pois, a beleza é feita da “exatidão das proporções” e da “elegância das formas”.
O esquecimento de uma cor origina-se no cérebro e não no olho, pois, as cores e objetos passam despercebidos à nossa atenção. O cérebro percebe através de estimulações sensoriais e de seu próprio pensamento devido à ambliopia que faz a fusão das formas e mergulham certas cores num cinza crepuscular. O cérebro desperta com a iluminação da cor reencontrando a qualidade de estímulo visual, por isso, a sombra camufla a cor e uma luminosidade forte a ofusca.
A luz é feita de cores e também faz as cores.

3.2. Cores Inéditas
A área cortical V4 faz associações com neurônios que contêm as informações memorizadas, de percepções sensoriais, de emoções e juízo, de onde nasce uma imagem de percepção cheia de experiências passadas. Por isso, as cores são vistas diferentes pela religião, pela sociedade e emoções reduzindo a uma sensação física e pura a apenas uma difração de fótons.
Cada cor para os cristãos significa algo, por exemplo, o branco significa pureza, o azul-celeste a Virgem Maria. O verde representa o islã.
A cor para Brusatin representa a linguagem das cores exprimindo as boas e más reações do ser humano.
Os primeiros pintores ocidentais utilizaram a cor para ressaltar as formas, com isso o desenho primava sobre a cor. As variações de cores são infinitas podendo sofrer distorções devido ao olhar do pintor e á sua alma que traduz sobre a tela.
No século XVIII, os pintores descobrem que a sombra não é apenas um escurecimento, mas tonalidades próprias reagindo uma sobre as outras ao mesmo tempo. Isso graças aos progressos da pintura a óleo que possibilita mediante as variações luminosas modificar os brilhos da cor, tornando o pintor capaz de produzir o que vê e gostaria de ver.

3.3. A cor e a alma
As cores deixaram de representar apenas as formas, para representar um ambiente com a emoção sentida pelo artista e reproduzida em suas obras. Delacroix descreve dois tempos da criação pictórica, em suas Obras literárias: “Vemos entre objetos que se oferecem aos nossos olhares uma espécie de ligação produzida pela atmosfera que os envolve e pelos reflexos de todo tipo que fazem, por assim dizer, que cada objeto participe de uma espécie de harmonia geral”. E mais adiante: “Esse tipo particular de emoção. . . uma impressão. . . que resulta de determinado arranjo de cores, de luzes, de sombra. . . essa emoção dirige-se à parte mais íntima da alma. . . ela mexe com os sentimentos”.
Imagina-se que a captação das cores por V4 é garantida por alguma reação específica dos neurônios, cuja reação é uma característica do ser humano. A visão de cores pode ser entendida como uma propriedade estável do ser humano.
A visão colorida do homem manifesta a potência e a variedade do cérebro, funcionando primeiramente de maneira autônoma, independente da influência superior que não existe ainda.
A pintura é o que o pintor vê e como aprendeu a ver. As sensações de uma cor ou uma nota são misturadas quando nascemos por um contexto, uma vizinhança e pelas captações do cérebro, que são as evocações sensoriais, sensitivas ou mnêmicas desencadeadas. A pintura oferece uma alquimia, exprime uma percepção.
As sensações visuais e auditivas são transformadas pelo cérebro imediatamente, exercendo um jogo infinito de particularidades individuais modulando a apreensão do meio.
Existem dois tipos de visão. A visão genotípica que é um fenômeno de espécie garantida pela natureza física do estímulo e por uma especialização complexa, mas repetitiva do cérebro, desembocando numa percepção das formas e cores, mais ou menos comparável em cada um de nós.
A visão fenotípica é a impressão individual de uma excitação visual, é uma percepção individual.
Os objetos têm formas, volumes e cores constante, mas a visão que temos é função da modelagem cerebral que o homem sofre desde o início de seu desenvolvimento.

4 Visão consciente e inconsciente

4.1. O Ponto Cego
Ao nível da papila óptica, os axônios das células ganglionares atravessam as túnicas média e externa do olho, tornam-se mielínicos constituindo o nervo óptico. Como não há cones e bastonetes ao nível da papila esta área, mais apropriadamente chamada de’’ ponto cego fisiológico” não reage ao estimulo de luz, portanto nenhuma informação é conduzida ao cérebro a partir daí.
Edme Mariotte, físico amador declarou em 1666 a descoberta do ponto cego no campo visual. Baseando suas experiências no conceito de sua época, de que o nervo óptico tinha a dupla função, a de receber e transmitir sensações visuais e que o ponto mais sensível do campo visual era o ponto de emergência do nervo óptico (papila óptica) exatamente onde ele encontrou o ponto cego. À partir daí Mariotte passou a concluir que a coroide (membrana que envolve e protege o globo ocular e o nervo óptico) era o tecido da percepção visual.

4.2. A Visão Cega
Haverá perda da visão consciente na metade do campo visual se ocorrer uma lesão no córtex occipital.
Segundo uma experiência publicada na revista Nature (1973) , assinada por E. Pöppel, R. Held e D. Frost, a cegueira não é total no interior do escotoma (região onde a visão foi amputada pela lesão) , pois o doente é capaz de perceber uma estimulação luminosa intensa, pois foi comprovado que a metade cega do campo visual permanece sensível a uma luz branca e forte.
Os mecanismos deste fenômeno (visão cega) são desconhecidos, mas houve muitas confirmações de sua existência. Em 1992, P. Stoering e A. Cowey demonstraram que existe também uma visão inconsciente para as cores nesta mesma região cega do campo visual.

4.3. Uma Visão Pensante
Os olhos captam as imagens mas é o cérebro que as interpreta dependendo muito do que aprendemos a ver, do que queremos ver e do que querem que vejamos. Ver por exemplo um cachorro e tentar desenha-lo para a maioria das pessoas é difícil ou praticamente impossível. São tantas informações captadas que sem um esquema não conseguimos selecionar o que realmente interessa, como por exemplo por onde começar.
Para os psicólogos, a visão não é uma percepção que ocorre por inércia. A captação de fótons é insuficiente para induzir uma imagem do que nos cerca. É necessário que a atividade cerebral transforme as informações implícitas em explicitas, que converta descargas elétricas em imagens coerentes.
Os objetos e formas são reconhecidos e reconstruídos pelo cérebro, capaz de analisar e sintetizar.
Varias etapas estão envolvido para o cérebro construir uma imagem. Estas por sua vez vão atingindo níveis cada vez mais alto de integração que completa a imagem visual. Nesta integração de sensação, simbolização, comparação e percepção, conta mais o conjunto do que os detalhes.
A pintura impressionista mostra bem isso. ’As brumas, a chuva e o negrume da Torre de Londres contam mais do que os ponteiros do relógio, e os nenúfares valem mais pela cor do que pela forma.

4.4. Qualia
O termo Qualia (plural de quale) refere–se às experiências individuais que as propriedades sensitivas subjetivas que acompanham a percepção e não às propriedades dos objetos em si, que são as cores sons e cheiros. A sensação provoca uma imagem perceptual própria de cada indivíduo. Os qualia exprimem dados aleatórios, por isso, não podem ser medidos.
O filósofo D. Dennet (apud Missa, 1993, p. 63) definiu qualia como: “Qualia é um termo nào familiar para alguma coisa que não poderia ser mais familiar a cada um de nós: o que as coisas nos parecem ser”. Sendo assim, é impossível descrever os modos individuais da percepção.
A percepção faz uma seleção eliminando as imagens que não possuem virtude que interagem, seleção esta que responde a incitações complexas do corpo, da mente e da própria matéria.

5 Fenotipia da percepção sensível

O sentido se apura nas percepções e na influencia exterior. Armazenam informações que lançadas pelo campo visual são a cada instante modificadas. O que é visualizado em primeira instancia não chega da mesma forma, para que isso ocorresse seria necessário que a cada instante nosso cérebro ficasse totalmente branco, para então assim receber uma nova informação sem se misturar com uma já existente.
Se olharmos um objeto por minutos, quando fecharmos os olhos não somos capazes de definir com clareza cada detalhe, pois não armazenamos esta plena informação.
O homem tem nos sentidos a capacidade de interferir e interpretar o meio em que vive e as mudanças que ocorrem a sua volta. A sensação pura não se ajusta a memória e nem ao conhecimento. A criança passa a diferenciar as cores após o nono mês de vida. ”A primeira percepção das cores propriamente ditas é, portanto, uma mudança de estrutura da consciencia”, escreve Merleau-Ponty (1945, p. 38) .
As palavras também nascem das sensações , Locke explicou que quando mostramos a uma criança algo de um amarelo vivo e luminoso e a ensinamos a chamá-lo de ouro, isso a induzirá chamar de ouro o cobre e até mesmo um pedaço dourado de bolo.
O universo imprime-se no cérebro pelos sentidos. A memória é a nossa capacidade de distinguir as sensações por ela armazenadas. As informações são projetadas ate formarem um campo definido de informações.

5.1. Bases Cientificas da Diversidade Cerebral
Quanto a função cerebral acreditou-se por muito tempo, que os compartimentos neurais eram fechados, separados de maneira que permaneciam imutáveis.
Segundo Wilhelm Fliess e Freud uma reorganização da memória esta sujeita à adaptação às novas circunstancias de tempos em tempos, ”. . . que a memória esta presente não só uma vez, mas varias vezes, que ela esta estabelecida em diferentes tipos de indicações”. reud, apud Rosenfeld, 1989, p. 147)
Realizadas trepanações em 520 pessoas com epilepsia, o dr. Wilder Penfield constatou que naq superfície do cérebro temporal estimulações elétricas em intervalos de tempos variados foram constatados um fluxo de consciência antiga que mudava de individuo para individuo. As experiências emocionais eram ativadfas das estruturas límbicas.
Gloor ao realizar uma experiência com 35 epilépticos chegou a mesma conclusão que Freud, de que não é possível o reconhecimento de lembranças desprovidas de afeto, chegando a conclusão da indispensabilidade que as emoções têm na criação de lembranças.
Exames realizados mostraram que determinados circuitos nervosos são ativados por dois tipos de memórias. A primeira é a episódica, remetendo-se ao armazenamento de informações sob forma contingencial (autobiográfica) . A segunda é a semantica, ligada aos conhecimentos gerais do nosso saber. Conclui-se que a memória a longo prazo provavelmente depende também do neocortex.
Porem a teoria chamada de”darwinismo neural”formulada por Gerald M. Edelman, coloca a de localizações cerebrais em questionamento.
Michael Merzenich descobriu que as localizações funcionais do córtex não permanecem idênticas entre membros de uma mesma espécie, diferente do que se pensava durante muito tempo, como mostra a pesquisa relizada por Eric e Phyllis knudsen. Eles obstruíram o ouvido de uma coruja, que deslocou o som percebido em relação a sua posição real (isso durante seu crescimento) . Quatro a seis semanas depois a coruja aprendeu a localizar o som corretamente adaptando-se a essa condição sonora.
Edelman concluiu que cada individuo é único. Cada um desenvolve suas percepções de um modo diferente. A mente é construída por recepções de estímulos e situações de aprendizagem.


6 Das coisas e da ciência

As ciências visuais sempre estão relacionadas com as questões do objeto e a captação desses objetos por meios ópticos e suas interpretações na massa encefálica.
A exuberante e complexa malha de neurônios, áreas corticais, veias, artérias, são os meios pelos quais se processam o ser do individuo. A Ciência sempre vai questionar os assuntos pessoais de cada um com sua fenomenologia individual, o que difere uma pessoa de outra cada, cada qual com sua preferência de cores ou porque lhe agrada mais estar em ambiente claro ou escuro.
A ciência analisa estes aspectos referentes unicamente a questões de memórias. Todavia, muitas pessoas acreditam que essas memórias são o espírito individual de cada ser humano, mas não foi possível ajudar, provar ou desacreditar na existência da ciência da vida de cada individuo.
Alguns pesquisadores afirmam com muita certeza a existência de uma alma ou espírito e que nestes estão as respostas para os anseios da comunicação sobre questões da memória e comportamento humano;outros pesquisadores avaliam friamente que existem apenas áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de estímulos sensoriais e alguns que reconhecem a existência das duas formas citadas acima funcionando em harmonia.
A interpretação do ver realmente não é apenas o que os olhos captam através das ondas luminosas, porem algo bem maior do que isso. Para cada coisa que se vê há uma explosão de intenções químicas e orgânicas que resultam na consciência do que foi visto.
Toda impressão visual é algo excepcional e impossível de ser copiado pois todos tiveram algumas experiências de visão, criação e outras infinitas coisas que são deveras importantes para a interpretação pessoal. A ciência esta longe de poder analisar cada uma das múltiplas questões que envolvem o enxergar, pois o homem é exclusivo, é o único que não tem repeti;coes contudo avanços são obtidos dia após dia.
A ciência espera um futuro no qual possa compreender a melhor forma o que é enxergar.

CONCLUSÃO

O processo de percepção dos sentidos humanos é dividido em basicamente duas etapas: a físico-biológica e a psicofisiológica. No caso da visão, isso não é diferente.
Analisando esta questão fisicamente, a percepção envolvida neste sentido é processada a partir da incidência de luz através do globo ocular, que contém células e outras partes sensitivas para captar informações visuais, sendo estas posteriormente transmitidas ao cérebro humano através do nervo óptico.
Tendo o cérebro regiões do córtex responsáveis por interpretar cada tipo de informação sensorial, pode-se afirmar que, quando se trata de visão, as imagens são apenas captadas pelo globo ocular, sendo transmitidas posteriormente ao nosso grande “banco de dados” (o cérebro) , através de uma complexa rede de células nervosas (neurônios) . Somente então essas informações são convertidas na identificação do objeto visto, ou seja, somente existe a condição de se identificar a imagem captada a partir do momento em que essa associação imagem-objeto resulta do processo de interpretação das informações.
Por isso pode-se dizer que a etapa físico-biológica é praticamente igual em todos os humanos com condições físicas normais de visão, mas não a etapa psicofisiológica, visto que a interpretação das informações visuais dependerá diretamente das informações anteriormente armazenadas em nosso “banco de dados” (cérebro) , que fará as associações imagem-objeto de acordo com os conhecimentos já existentes. É por isso, em outras palavras, que o processo da visão e de todos os outros sentidos humanos varia de acordo com as experiências individuais de cada pessoa.

BIBLIOGRAFIA


MEYER, Philippe. O olho e o cérebro: biofilosofia da percepção visual. São Paulo: Unesp, 2002. p. 37-54
LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. São Paulo: Atheneu, 2004. p. 286, 289, 292-294
http://www. cerebromente. org. br
http://www. psiqweb. med. br/cursos/percep. html

ANEXOS

1. Área visual primária


2. O desenho da retina


3. Gravura de Monet


4. Gravura de Cesane


5. Gravura de Van Gogh


terça-feira, 18 de maio de 2010

Teste de Avaliação pupilar "consensual"

FICHA DE SEMIOLOGIA

NOME DO TESTE:

Avaliação pupilar "consensual"

SINÕNIMOS:

Pupila de Marcus Gunn

FUNÇÃO:

Avaliar a capacidade de reação da pupila quanto a luz intensa (reflexo direto a luz)



MÉTODO DE REALIZAÇÃO:

Incida luz em um dos olhos e observe o que acontece com a pupila do olho contra lateral, deverá ter a mesma reação do que o olho exposto a luz direta, repita o processo para examinar a outra pupila.


RESPOSTAS:

Reação demorada e pupilas pequenas difícil a certeza de resultados, tamanho pupilar normal(dilatação) com movimentos observados na miopia. As pupilas são pequenas em recem nascidos e idosos.


POSSÍVEIS ALTERAÇÕES:

Cegueira, glaucoma absoluto, atrofiamento do nervo óptico (pupila grande)



OBS:
Inexistência de resposta aos reflexos indícios de lesões que afetam a retina e o nervo óptico.



POr: Anderson Souza

domingo, 25 de abril de 2010

Introdução à Óptica Oftálmica (1°aula)

UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS – Tecnologia em Óptica e Optometria
Introdução à Óptica Oftálmica
Observação: O presente texto é destinado a profissionais que
necessitam somente das informações básicas relativas a alguns conceitos da
óptica física que se aplicam à área de óptica oftálmica, por isso não existem
grandes desenvolvimentos matemáticos ou outra forma de aprofundamento
teórico.
Objetivo: Compreender conceitos básicos da natureza da luz e sua
aplicação em alguns elementos na área de óptica oftálmica como filtros
destinados a tratamentos terapêuticos, revestimentos anti-reflexo em lentes,
filtros polarizadores e aplicação do conceito de frente de onda e difração.
Natureza da luz
Durante muito tempo os homens vêm procurando desvendar os
mistérios relativos à luz. Do que a luz é feita? Como e por que se comporta de
maneira característica? Como podemos usá-la?
Diversos estudiosos desenvolveram teorias para explicar a natureza da
luz ao longo dos séculos. Assim criaram diversos modelos de forma a tentar
prever e entender seu comportamento.
Desenvolver um modelo significa propor um conjunto de conceitos que
nos permitam descrever um fenômeno, sendo muitas vezes necessário o
desenvolvimento de símbolos que permita uma visualização através do
estabelecimento de comparações com elementos da natureza que possuem
comportamento semelhante e são mais concretos. Entender o comportamento
da luz exige um pouco da nossa imaginação!
O físico holandês Christiaan Huygens (1629 -1695) descreveu a luz
como uma onda, semelhante às ondas que se propagam na água, enquanto de
Isaac Newton (1642 – 1727) tentava explicar luz com se fosse composta de
pequenas partículas, conceito que prevaleceu por quase um século.
Posteriormente no século XIX Thomas Young e Augstin Fresnel, através de
Alex Dias – Óptica Oftálmica
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alguns experimentos trouxeram de volta a proposta de Huygens, porém mais
detalhada e embasada em novos conceitos. Finalmente com James Clerk
Maxwell e Heinrich Rudolf Hertz estabeleceu-se a relação da luz com a
eletricidade e o magnetismo, caracterizando a luz como uma onda
eletromagnética.
Porém no inicio do século XX com a observou-se fenômenos, como o
efeito fotoelétrico, de ordem microscópica, onde determinados matérias ao
serem bombardeados pela luz emitem elétrons e que não podiam ser
explicados através do entendimento da luz com uma onda, voltando então ao
desenvolvimento do conceito de partícula, porém trazendo conceitos relativos
ao modelo ondulatório como a freqüência.
Assim atualmente os estudiosos do assunto consideram a natureza
dupla da luz, onde, para determinados fenômenos o modelo de onda ou
ondulatório oferece melhores explicações e o modelo de partícula que em
outros casos, normalmente a nível microscópico, explicar melhor.
Assim se quisermos definir a luz simplesmente como um fenômeno
físico referente a ondas eletromagnéticas ou fótons ou, numa forma mais
lúdica, como a “sensação consciente de um observador cuja retina é atingida
por ondas eletromagnéticas ou fótons” (Sears, 1961) ou como a “modalidade
de energia radiante da qual um observador se apercebe mediante sensações
visuais que provêm do estímulo da retina” (Optical Society of America).
Eletricidade e Magnetismo
A luz é têm mesma natureza que a
eletricidade e o magnetismo, que são elementos
básicos da natureza. A eletricidade já conhecida
através dos raios e relâmpagos na natureza, foi
observada quando um filósofo grego chamado
Tales de Mileto percebeu que ao esfregar um
pedaço de lã de carneiro em uma pedra de
âmbar (pedras amarelas resultados de seiva de arvores pré-históricas
fossilizadas) esta adquiria a propriedade de atrair objetos como folhas secas, é o mesmo fenômeno que observamos quando ao pentear os cabelos
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verificamos que o pente passa atrair pedaços de papel. O nome eletricidade
surgiu somente no século 16, porque o nome do âmbar em grego é “elektron”,
e daí a palavra eletricidade. Tales também observou que existiam umas
estranhas pedras pretas que atraiam metais, em particular o ferro das espadas utilizadas na época, e como a região onde foram encontradas estas pedras chamava-se Magnésia, na Turquia, foram chamadas de “Magnetos” e mais
tarde “Imãs”. Ao longo dos séculos os pesquisadores observam que
Magnetismo e Eletricidade se relacionavam, era possível produzir eletricidade através do magnetismo e produzir magnetismo através da eletricidade e que eles se propagavam através do espaço na forma de ondas eletromagnéticas,ou seja, energia elétrica e magnética pulsando e sendo transmitida!O conceito de onda O conceito de onda é semelhante aos das ondas que observamos na superfície da água quando a agitamos. A perturbação produzida faz com que a água se movimente criando “cristas” que se espalham pela superfície com uma determinada velocidade. No caso da eletricidade é do magnetismo acontece a mesma coisa, quando “agitamos’ um corpo carregado de eletricidade ou magnetismo nos geramos ondas eletromagnéticas.
Características das ondas Entender o conceito de comprimento de onda e o modelo de onda utilizado para descrever a luz é importante porque através deles podemos explicar como funcionam alguns recursos ópticos utilizados na área de óptica Alex Dias – Óptica Oftálmica UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS – Tecnologia em Óptica e Optometria oftálmica como os filtros utilizados para tratamento terapêutico, as técnicas de medição que aplicam o conceito de frente de onda para correção de problemas de visão e projeto de lentes oftálmicas e o funcionamento tratamento antireflexo.
Foram as propriedades como refração, reflexão, difração e polarização
que levaram os pesquisadores a atribuir a luz a natureza ondulatória. Existem dois tipos de onda, as transversais e as longitudinais, a luz se propaga na forma de ondas transversais, por isso nos prenderemos aos detalhes deste tipo de onda. Na figura abaixo ilustramos os dois tipos de onda, as longitudinais produzidas pela compressão de uma mola e as transversais produzidas pela agitação de uma corda. O nome transversal e longitudinal vem em função do sentido da vibração.
Em uma corda, se a mantivermos esticada e fizermos um rápido movimento lateral (transversal) com a mão observaremos uma perturbação, uma onda se propagando através dela. Se prosseguirmos com o movimento terá uma série de ondas se propagando.
Algumas características das ondas devem ser observadas, o primeiro é
o comprimento de onda, que é a distância entre duas cristas, ou dois picos das ondas, representada pela letra grega “lambda” (λ).Outra característica para observar é o período, representado pela letra T, que é o intervalo de tempo Alex Dias – Óptica Oftálmica Sentido da Senti do da vibração
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entre a ocorrência de duas cristas. Mais utilizado do que período tem a
freqüência (f), que é o inverso período, que indica quantas ondas ocorreram
num determinado espaço de tempo, normalmente é o utilizado o segundo como
unidade de tempo e a unidade da freqüência é o Hertz (Hz - períodos por
segundo).
Como curiosidade podemos citar as estações de rádio quando
apresentam seu prefixo ao longo da sua programação se referem ao seu
comprimento de onda e freqüência que operam.
A luz como onda eletromagnética
A luz é um tipo particular de onda eletromagnética, assim como as
ondas de rádio, as microondas, os raios ultravioleta, os raios infravermelhos, os
raios x e raios gama. Cada família de ondas eletromagnéticas é identificada por
sua freqüência ou seu comprimento de onda. Cada cor de luz também possui
um comprimento de onda específico.
A tabela a seguir nos dá uma idéia da ordem de grandeza das ondas de
cada “família”.
Onda Comprimento (metros) Freqüência (Hz)
Radio 10.000 até 0,0001 103 a 1010
Microondas 0,1 a 0,001 109 a 1012
Infravermelho 0,0001 até 0,000001 1012 a 1014
Luz 0,0000001 1014 a 1015
Ultravioleta 0,0000001 1015 a 1016
Raios X 0,00000001 até 0,00000000001 1016 a 1021
Raios Gama 0,00000000001 até 0,000000000001 1019 a 1024
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ll
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Quanto menor o comprimento de onda, maior é a quantidade de energia
que possui a radiação eletromagnética. Assim as radiações ultravioletas, raios
x e raios gama, em determinadas intensidades podem produzir sérios danos no
organismo humano a nível celular, podendo inclusive produzir doenças como o
câncer.
Como o metro passa a ser uma unidade de medida muito grande para
avaliar o comprimento de onda da luz, utilizaremos o nanômetro que equivale a
um metro dividido por um bilhão, e representaremos pela notação “ηm”. A
tabela a seguir indica a faixa de comprimentos de onda correspondentes a
cores do espectro luminoso. A luz branca não nada mais do que a soma de
todas estas cores.
Para termos uma idéia do “tamanho” de uma onda, basta dizer o
comprimento de onda de luz amarela é cerca de180 vezes mais fino do que um
fio de cabelo.
Cor Comprimento de onda
(nanômetros)
Infravermelho (*) 2800 a 760
Vermelho 760 a 620
Laranja 620 a 590
Amarelo 590 a 560
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Verde 560 a 490
Azul 490 a 450
Violeta 450 a 380
Ultravioleta A (*) 380 a 315
Ultravioleta B (*) 315 a 280
Ultravioleta C (*) 280 a 100
(*) não é considerada luz visível
Ao longo do curso retomaremos as características das ondas para poder
explicar os conceitos de polarização, interferência e frente de onda.
Princípios relativos a aplicação de filtros
em lentes oftálmicas
Transmitância
Ao incidir sobre um material transparente, grande parte a luz atravessa o
material, porém uma parte é refletida ou absorvida. Para medir a quantidade de
luz que atravessa o material defini-se uma grandeza chamada de
Transmitância, indicado pela letra “T” ou pela letra grega “tao” (t ) onde “I” é
quantidade de luz que efetivamente atravessou o material e “I0“ é a quantidade
de luz que incidiu.
100 0 = ´I T I
Normalmente tratamos com a Transmitância Espectral, ou seja, a
quantidade de cada cor de luz que atravessa o material e assim criamos um
gráfico denominado Gráfico de Transmitância que indicará todos os valores
relativos a um material específico.
Existem diversas lentes filtrantes com finalidades terapêuticas que
necessitam possuir características especificas de transmitância. Para obter o
efeito desejado precisam bloquear ou deixar somente algumas cores
específicas. O objetivo é melhorar o contraste e ou evitar que alguma parte da
radiação, como a da cor azul, acelere o desenvolvimento de alguma patologia
verificada. Mesmo os óculos solares sem função terapêutica são classificados
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em função de sua transmitância, a tabela abaixo tirada da norma ABNT 15094-
3 mostra como devem ser classificadas as lentes utilizadas em óculos segundo
a sua transmitância.
Tabela 1 - Categorias para transmitância luminosa e transmitância
permissível relativa na região espectral do ultravioleta solar
Categorias Região espectral no
visível
Região espectral no ultravioleta
Região de
transmitância
luminosa
tv
Valor máximo de
transmitância de
UV-A solar
tSUVA
Valor máximo de
transmitância de
UV-B solar
tSUVB
Acima de
%
até % Acima de 315nm
até 380nm
UV-A
Acima de 280nm
até 315nm
UV-B
0 80,0 100,0
tv
tv
1 43,0 80,0
2 18,0 43,0 0,125 tv
3 8,0 18,0 0,5 tv
4 3,0 8,0 1,0%absoluto
NOTA 1 Lentes fotocromáticas para óculos pertencem em geral a duas
categorias, correspondentes respectivamente ao estado mais claro e ao estado
mais escurecido.
NOTA 2 Os requisitos de UV para lentes fotocromáticas para óculos no estado
mais escurecido podem ser verificados no estado mais claro, se os requisitos
de UV para o estado mais escurecido são atingidos no estado mais claro.
NOTA 3 Recomenda-se que colorações uniformes ou com gradientes sejam
encomendadas ao fabricante por meio de código de identificação, nome ou
número de referência.
Assim é obrigação do fabricante dos filtros apresentar o gráfico de
transmitância do material oferecido, assim os óculos solares devem indicar a
categoria de filtragem em que se enquadram. Normalmente destes filtros se
refere ao valor limite de comprimento de onda que é filtrado, ou seja, qualquer
valor inferior ao especificado será filtrado nesta lente. No exemplo abaixo
mostramos um gráfico de transmitância onde observamos que no eixo vertical
temos a transmitância e no eixo horizontal estão os comprimentos de onda
correspondentes a cada cor. Para facilitar indicamos as faixas de comprimento
de onda correspondentes a cada cor. Para ilustrar, pegamos dois pontos
quaisquer do gráfico para verificar a transmitância correspondente. No ponto 1,
que se encontra dentro da faixa da cor azul, em aproximadamente 470 nm,
verificamos um transmitância de 0%, ou seja, esta cor é particular é
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completamente filtrada por estes óculos. Ao observarmos o ponto 2, que
corresponde a aproximadamente 670 nm, dentro da faixa do vermelho,
verificamos uma correspondência de aproximadamente 37% de transmitância
para esta cor. Em função da limitação da escala apresentada que
apresentamos os valores como aproximados, se necessitássemos de maior
precisão precisaríamos de um gráfico com uma escala mais bem definida.
Podemos através de uma análise concluir que estes óculos em particular filtram
toda a luz que possua um comprimento de onda inferior a 560 nm e deixa
passar os demais comprimentos, porém num valor de transmitância não
superior a 40%. Assim podemos dizer que a recomendação para utilização
deste filtro ocorrerá provavelmente em locais altamente iluminados, como sob a
luz solar no horário próximo ao meio dia.
O gráfico a seguir mostra outro filtro largamente utilizado, não só com
finalidade terapêutica como para utilização no período noturno, particularmente
para motoristas. Podemos perceber que ele possui uma capacidade menor de
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380
780
590
490
440
630
560
VERMELHO
LARANJA
ANARELO
VERDE
AZUL
VIOLETA
1
~37% 2
0 %
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filtragem, uma vez que sua transmitância é elevada para a maioria das cores,
sendo especialmente reduzida na faixa da cor azul, onde podemos considerar
uma transmitância máxima de aproximadamente 20% dentro desta faixa. Para
o limite superior da faixa correspondente ao azul, no valor de 450 nm, no
entanto a transmitância é de 15% aproximadamente. Vemos que para a faixa
superior a 550 nm a transmitância atinge valores próximos de 100% onde
podemos concluir que sua aplicação em locais de iluminação de menor
intensidade como o ambiente externo a noite ou mesmo outros de iluminação
fraca. Os comprimentos de onda relativos à radiação ultravioleta são
completamente filtrados nestes óculos, pois observamos uma transmitância de
0% abaixo de 380 nm.
O conceito de contraste
Aqui também vale uma pausa para explicar o conceito de contraste.
Consideremos a letra da “A” da figura abaixo em cor preta, impressa sobre um
fundo branco. Contraste é justamente a diferença de luminosidade existente
entre o fundo da figura e a própria e figura e que nos permite perceber os
contornos da figura com nitidez. Já, se utilizarmos dois tons de cinza para o
fundo e para a letra esta diferença de luminosidade, o contraste, diminui
dificultando a percepção dos contornos. Sob iluminação muito intensa este
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efeito se acentua, por isso nem sempre uma iluminação exagerada pode ser a
melhor solução se não houver preocupação com o contraste.
A utilização de filtros permite
justamente acentuar o contraste,
aumentando a diferença entre a
luminosidade do fundo e a do objeto,
que facilita a percepção de
contornos, melhorando a acuidade
visual do usuário, porém
prejudicando a discriminação de cores.
Neste ponto se aplica um breve parêntese para um interessante artigo
da Dr. Érika Magalhães:
Efeitos nocivos da luz azul sobre o epitélio pigmentar da
retina
DRA. ERIKA MAGALHÃES
Existem, atualmente, estudos experimentais demonstrando que a
lipofuccina, que é um pigmento que se acumula na retina de pessoas mais
velhas, apresenta um mecanismo fotoquímico que provoca lesão nessa
estrutura do olho.
O que ocorre é que o cristalino de pacientes acima de 50 anos absorve,
naturalmente, mais luz azul do que o cristalino de uma criança ou de pacientes
pseudofácicos que têm implantes de LIOs convencionais que absorvem apenas
a luz ultravioleta.
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Após sofrer excitação pela luz azul, a lipofuccina libera oxigênio singleto,
que provoca lesão no epitélio pigmentar da retina. Teoricamente, isso seria um
fator que levaria a um agravamento da degeneração macular relacionada à
idade.
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Colúmbia, nos EUA,
publicou na Investigative Ophthalmology and Visual Science, no ano de 2000,
um trabalho demonstrando que um componente da lipofuccina (a lipofuccina
A2E) é responsável por essa absorção da luz, com conseqüente apoptose das
células do epitélio pigmentar da retina e degeneração macular relacionada à
idade.
· Todas as pessoas devem usar óculos com proteção contra luz UV
(ultravioleta) o mais cedo possível.
· Mas além da UV, a luz azul também tem um papel potencialmente
lesivo para a retina envelhecida.
· O comprimento de onda da luz azul nociva é 430 a 470 nanômetros
maior do que o comprimento de onda da luz ultravioleta.
· Os óculos e LIOs convencionais têm apenas proteção contra UV.
Não absorvem a luz azul, porque só oferecem proteção para
comprimentos de onda de até 400 nanômetros.
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Diante disso, alguns fabricantes têm incorporado às LIOs convencionais
filtros amarelos que absorvem a luz azul. Entretanto, apesar de já existir um
embasamento teórico bem sustentado através de estudos experimentais,
somente o acompanhamento dos pacientes a longo prazo, com amostragem
significativa, poderá comprovar se essa proteção acoplada às LIOS terá
realmente um efeito benéfico sobre o epitélio pigmentar da retina e
conseqüente redução do risco de DMRI.
Como os filtros influenciam na discriminação de cores sua utilização nos
casos de condução de veículos de ser particularmente considerada uma vez
que pode prejudicar a visualização da sinalização de trânsito, como no caso
dos semáforos, a lentes de cor azul filtram particularmente a cor vermelha.”
(Retirado do site www.portaldaoftalmologia.com.br/home/artigos.asp?
cod=11)
Observação: o assunto dos riscos da luz azul é um assunto amplamente
discutido na comunidade médica, vale a pena pesquisar e procurar a opinião
de outros profissionais quanto ao assunto.
Associação de filtros
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Se alinharmos dois filtros, a transmitância resultante será o produto das
transmitâncias individuais de cada filtro.
Exemplo: Consideremos um filtro com transmitância de 70% e outro com
transmitância de 60%, a transmitância total será de 42%
T = 0,7 ´ 0,6 = 0,42
Polarização
Uma vez que a luz viaja na forma de ondas no espaço tridimensional,
temos ondas vibrando em todas as direções. Fenômeno da polarização é um
dos argumentos para justificar a natureza da luz com uma onda transversal.
Quando verificamos que todas as ondas de luz vibram numa mesma
direção observamos um fenômeno denominado polarização. Existem diversas
formas de polarização, neste caso dizemos que as ondas são planas
polarizadas, outras formas são a polarização circular e a elíptica, mas que não
nos interessam no caso da óptica oftálmica.
Existem alguns materiais que, em função de sua estrutura molecular,
filtram a luz permitindo que somente a luz que vibra em uma determinada
direção vibre. Alguns materiais denominados bi-refringentes (que possuem dois
índices de refração) fazem com que a luz que os atravessam se divida em dois
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Uma corda vibrando ilustra a propagação
de uma onda transversal.
Dependendo dos obstáculos, pode permitir ou limitar o
sentido de vibração da corda.
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feixes polarizados, outros simplesmente absorvem um dos feixes deixando
somente que o outro passe. A figura abaixo mostra um cristal de calcita
(CaCO3) onde a imagem dupla da escala da régua ocorre justamente porque a
luz é decomposta em dois feixes polarizados.
Quando a luz incide sobre uma superfície plana, parte da luz que é
refletida é normalmente polarizada em um plano paralelo a superfície refletora.
Então superfícies como pisos muito lisos, vidros de pára-brisa de
automóveis, superfícies de rios e lagos refletem uma quantidade significativa
de luz polarizada. Este tipo de reflexo acaba prejudicando a qualidade visão,
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Luz refletida
de alguma
superfície.
Somente a luz que
vibra na direção
vertical passa pelo
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pois geram certo ofuscamento e perda da percepção de contraste, assim filtros
polarizadores tornam-se interessantes nestes casos.
As imagens a seguir mostram a mesma cena vista sem um filtro
polarizador, à esquerda, e a outra através de um filtro polarizador.
Assim ao serem montados em óculos este tipo de filtro tem uma posição
exata, caso contrário não produzirá o efeito desejado e, lembrando um caso
comum, de uma vitrine que está na vertical produz um reflexo polarizado
verticalmente, paralelo ao plano da vitrine, então não será filtrado pela lente.
É importante corrigir a terminologia, as lentes são chamadas de
polarizadoras, quem é polarizada é a luz.
Ao alinhar dois filtros polarizadores cruzados da 90º estará barrando
completamente a passagem da luz. Nas figuras abaixo, onde as lentes da parte
superior da folha estão alinhadas e deixam a luz passar, já as lentes da parte
inferior estão cruzadas em um ângulo de 90º uma em relação à outra.
Uma outra curiosidade ocorre com materiais transparentes submetidos à
tensão, como lentes que sofrem um aperto excessivo na hora de montagem
onde elas passam a agir como filtros polarizadores nas regiões submetidas à
pressão da montagem. O choque térmico, produzido pelo resfriamento
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acelerado de um material, como no caso de endurecimento de lentes e na
produção de lentes de policarbonato, também produz este tipo de efeito.
Existe um equipamento denominado polariscópio, simples de ser
fabricado e que possibilita a verificação deste efeito. São dois filtros polarizados
montados a 90º um relação a outro. Caso a lente colocada entre os dois filtros
apresente algum problema ela modificará a forma de polarização da luz,
permitindo que a luz passe através dos filtros.
No caso da figura à esquerda temos um exemplo de polariscópio e à
direita o aspecto colorido da lente é característico do policarbonato que é
produzido através de um resfriamento muito rápido e que gera o acumulo de
tensões, além disso, observamos um furo mal feito que acabou produzindo
mais tensões no material.
É freqüente ouvir reclamações de pessoas que ao colocarem lentes
polarizadas observam manchas em determinados vidros como portas de
banco, vitrines ou pára-brisas de automóveis mais antigos, pois normalmente
estes materiais são tratados termicamente para aumentar sua resistência
gerando este tipo de fenômeno.
O problema do asfalto citado em muitos sites deve ser visto com
cuidado, pois existem dois tipos de fenômenos envolvidos na luz vem dele. Um
deles é o reflexo que produz a luz polarizada horizontalmente que pode ser
filtrada por uma lente. Outro fenômeno é relativo à refração que acontece
porque o sol que incide sobre o asfalto gera um aquecimento na camada de ar
que está em contato com ele alterando seu índice de refração. A diferença
entre o índice de refração desta camada de ar que está em contato com o
asfalto com as camadas superiores gera um fenômeno denominado reflexão
total, que produz a ilusão de uma um superfície liquida, uma miragem e que
pode não ser completamente filtrada pela lente.
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Em nosso próximo texto daremos continuidade tratando de outras
características das ondas, a Interferência.
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ADIPOSO